O CEI (Centro de Educação Infantil) Santa Rita não vai funcionar mais a partir de 31 de dezembro deste ano. Fundada há 60 anos na Avenida São João, na Vila Siam, zona leste de Londrina, a entidade é administrada pela Congregação das Irmãs Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, vinculada à Igreja Católica, que avisou a secretaria municipal de Educação sobre o encerramento das atividades escolares em ofício enviado no dia 20 de setembro.

Imagem ilustrativa da imagem Depois de 60 anos, creche na zona leste de Londrina vai fechar as portas
| Foto: Gustavo Carneiro/Grupo Folha

A creche atende 112 alunos da Educação Infantil em período integral. De acordo com a Irmã Paula Pereira Alves, vice-provincial do órgão religioso que cuida do local, o principal motivo para não continuar com a unidade foi a diminuição de freiras responsáveis pela coordenação. "Hoje temos apenas três, sendo que uma inclusive teve que vir para a nossa sede em Curitiba cuidar da saúde", explica.

MUDANÇA NO PERFIL

Outro fator que contribuiu foi a mudança no perfil das crianças atendidas. "No início, os bairros no entorno eram carentes. As mães vinham de longe, deixavam os filhos e iam trabalhar. Essa realidade mudou. Aquela área agora é nobre, com prédios ao redor e uma boa infraestrutura. Não combina com o nosso estilo de trabalho, onde a prioridade é atender os pobres e mais vulneráveis", disse Alves.

A representante da Congregação prefere não revelar o que acontecerá com o espaço físico, mas adianta que não há possibilidade de a creche voltar a funcionar. Apesar de ter comunicado a Prefeitura de Londrina no final do mês passado, pais e funcionários foram avisados com antecedência. Uma reunião com todos os envolvidos foi realizada no dia 20 de maio.

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Segundo a ata do encontro que a FOLHA teve acesso, foi garantido o pagamento de todos os direitos trabalhistas dos contratados. A Irmã Paula Alves confirma que o local passou por dificuldades financeiras por conta da crise econômica da Covid-19, mas que não teria sido determinante para o fechamento. "Acho que todo mundo teve que se adaptar. E com o setor da educação não foi diferente", argumenta.

Por mês, a prefeitura repassa cerca de R$ 47 mil para a instituição filantrópica, o que dá aproximadamente R$ 573 mil por ano. A FOLHA procurou a secretária de Educação, Maria Tereza Paschoal de Moraes, para saber como os estudantes serão absorvidos na rede municipal, mas não obteve retorno.

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