Um novo decreto entrará em vigor nesta quarta-feira (30) em Londrina, autorizando o retorno das atividades presenciais nos cursos livres e prorrogando a suspensão das aulas no ensino regular da rede pública e privada, até o dia 30 de outubro. O anúncio foi feito nesta manhã pelo secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, e a secretária municipal de Educação, Maria Tereza Paschoal de Moraes.

"Somente após uma queda sustentável do número de casos e índices de transmissão é que teremos a retomada das aulas presenciais no município. No momento, apenas os cursos livres estão autorizados a retornar a partir do dia 05 de outubro, mediante o cumprimento de todas as medidas sanitárias, com limitação de 10 pessoas por sala, distanciamento de um metro e meio entre elas, crianças a partir de 12 anos, uso de máscara e álcool gel", explicou Machado.

Ele detalhou que os cursos livres são todos aqueles de aprendizado rápido como, por exemplo, aulas de idiomas, de informática, de música, centros de formação de condutores, corte e costura. O critério da Prefeitura Municipal para autorização dessa modalidade é, segundo o secretário, o baixo número de pessoas que frequentam esses cursos, a curta duração das aulas e o espaçamento entre elas. "São cursos que os alunos frequentam uma ou duas vezes na semana", disse.

O decreto detalha que "os estabelecimentos devem priorizar as atividades que possam ser mantidas de forma remota, por meio do sistema de ensino à distância, em especial às aulas teóricas, disponibilizando o ensino presencial, apenas às aulas práticas."

Machado também lembrou que foi editada nesta semana, uma resolução que autoriza o retorno dos cursos técnicos e superiores na área da Saúde, iniciados nos últimos dois anos e com o cumprimento também de todas as medidas sanitárias.

Imagem ilustrativa da imagem Cursos livres poderão retomar as atividades a partir da semana que vem
| Foto: Arquivo/Grupo Folha

Ensino regular

Sobre as aulas presenciais na rede pública e privada de Londrina, a secretária municipal de Educação afirmou que um plano de retomada vem sendo desenvolvido "e quando autorizado o retorno das atividades, as aulas presenciais e remotas deverão coexistir, de forma gradual, com escalonamento de alunos e respeito aos grupos de risco".

As aulas presenciais em Londrina estão suspensas desde o dia 23 de março, atingindo aproximadamente 45 mil alunos. A medida validada por decreto municipal inclui a rede de ensino pública e privada, além de entidades conveniadas do Município.

Ela também ressaltou a criação das chamadas "brigadas da pandemia" em todas as escolas. "São cursos de 40 horas envolvendo toda a comunidade escolar, que está pensando em como será o retorno. Cada escola vai desenvolver seu plano de mobilidade", comentou.

Na terça-feira (29), a secretaria comunicou a retomada dos atendimentos individualizados nas unidades escolares de Londrina para alunos em situação de vulnerabilidade social, a partir do dia 07 de outubro, conforme divulgado pela FOLHA. O serviço estava funcionando desde o dia 15 de setembro, mas foi suspenso uma semana depois após recomendação expedida pelo MP-PR (Ministério Público do Paraná).

"No monitoramento da conectividade dos alunos, temos cerca de 10% da rede, ou seja, em torno de 4,5 mil alunos, que não se conectaram com as escolas. Para essas crianças em situação de vulnerabilidade desenvolvemos o plano de visitas dos professores nas residências, com entrega de material e conversa com as famílias. É um ano letivo. É super importante que as famílias continuem no engajamento", afirmou.

Escolas particulares

Representantes de algumas escolas particulares de Londrina realizaram no dia 26 de setembro, uma manifestação pedindo a retomada das atividades. Sobre a rede privada, Moraes lembrou que o Conselho Municipal de Educação tem responsabilidade para alunos de até 5 anos.

"A partir do primeiro ano é função do Estado. Então, as escolas devem seguir as informações do Estado. Estamos participando de um comitê muito grande, discutindo essa possibilidade e as escolas particulares também foram convidadas a participar do nosso curso de brigada, mas sabemos que as aulas voltarão somente quando tiver autorização da área da saúde. Londrina tem feito isso com muita cautela, mês a mês", pontuou.

Segundo o secretário de Saúde, Londrina não tem um cenário de queda sustentável da pandemia do novo coronavírus, que é o critério técnico e epidemiológico adequado para a retomada das aulas. "Vamos analisar o cenário dia a dia. Nesse momento, temos uma estabilidade da pandemia em Londrina, mais ainda registrando em torno de 100 casos da doença por dia. Precisamos de 21 dias seguidos da queda dos números e a validação de especialistas em relação à segurança. Caso contrário, as aulas não podem voltar", destacou.