Imagem ilustrativa da imagem Com ‘situação preocupante’, Londrina terá fumacê para combater a dengue
| Foto: Pedro Marconi

O ano ainda está começando, mas Londrina já vive uma “situação bastante preocupante” para a dengue, como definiu o próprio secretário municipal de Saúde, Felippe Machado. O resultado do LIRAa (Levantamento Rápido de Infestação do Aedes aegypti), divulgado nesta sexta-feira (19), indicou que a cidade está com índice geral de 3,40%, percentual considerado de risco pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

Além deste número, outro indicador de alerta é a quantidade de notificações para a doença em 2024. Já são 1.301, com 104 confirmações, 98 casos descartados e 1.099 ainda em análise. “Temos um LIRAa que é o mais baixo de janeiro dos últimos anos, no entanto, outros dados e fatores nos colocam sob um risco iminente de uma nova epidemia de dengue na cidade”, frisou Machado. Londrina enfrentou uma epidemia no ano passado.

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Entre as ações que vão ser colocadas em prática para tentar “frear” a proliferação do mosquito Aedes aegypti está a volta do fumacê, que foi disponibilizado pelos governos Estadual e Federal. O veneno esteve em falta em 2023. Os veículos deverão percorrer todas as regiões, dando prioridade para os bairros mais problemáticos quando o assunto é a dengue.

“O fumacê tem um papel fundamental, mas limitado, que é a extinção dos mosquitos na fase adulta. Conseguimos nos articular junto com a Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) e os carros já estão em Londrina. São 700 litros do veneno para que possamos iniciar a aplicação de cinco ciclos em várias regiões da cidade nos próximos 15 dias”, explicou.

O trabalho deve começar com a zona sul, que apesar de ter um índice de infestação de 3,41%, possui a maioria dos casos notificados, somando 36%. Na sequência, em quantidade de notificações, aparecem a região oeste (22,30%), norte (17,50%), leste (13%) e centro (10,50%). “Estamos elaborando um pedido de mais veneno ao Estado e, se for necessário, até mais veículos de fumacê para que num curto espaço de tempo minimizemos as possibilidades de uma epidemia”, destacou.

Comparativos de incidência de casos e densidade vetorial
Comparativos de incidência de casos e densidade vetorial | Foto: Reprodução

OUTRAS MEDIDAS

Paralelamente a aplicação do veneno pelas ruas serão colocadas em prática outras atividades de combate ao mosquito e os criadouros. “Vamos fazer um grande trabalho de remoção de criadouros com os mutirões, envolvimento da sociedade civil organizada e lançamento de campanhas educativas”, listou. As localidades onde foram encontrados os maiores focos do Aedes aegypti são os jardins Felicidade (36%), Tarumã (17,1%) e São Jorge (15,8%).

CRIADOUROS NAS CASAS

Durante as vistorias nos mais de 46 mil imóveis, os agentes identificaram que 84% dos criadouros com larvas e pulpas estavam em bebedouros de animais, vasos de plantas e água de chuva armazenada e 16% em recipientes de degelo em geladeiras e pequenas fontes ornamentais. O levantamento foi feito entre os dias oito e 13 de janeiro.

“Fazemos um apelo à toda população, que possa nos auxiliar no combate à dengue. As ações do município, do fumacê, não vão conseguir evitar uma possível epidemia de dengue na cidade sozinhas. Nenhuma ação substitui a básica, que é a remoção dos criadouros de forma natural pelo ser humano, por cada cidadão, junto ao quintal de casa, incentivando o vizinho fazer o mesmo”, orientou.

MOSQUISTOS ESTÉREIS

Entre junho e dezembro do ano passado foram soltos cerca de oito milhões de mosquitos machos estéreis do Aedes aegypti no Mister Thomas, na zona leste. A medida fez parte de um projeto-piloto em parceria com uma empresa privada - sem custo - na tentativa de reduzir a circulação do transmissor da dengue no bairro.

De acordo com o secretário de Saúde, os resultados preliminares são satisfatórios. “Os dados levantados pela nossa equipe de endemias, que ainda não são os oficiais do projeto que a empresa vai nos apresentar, mostraram uma redução efetiva de quase 90% dos ovos do mosquito da dengue. Nas próximas semanas vamos definir as estratégias em relação ao avanço de uma contratação ou não com essa equipe e de que maneira poderíamos fazer”, comentou.