No Parque Universidade, matagal estava maior que muro dos imóveis
No Parque Universidade, matagal estava maior que muro dos imóveis | Foto: Pedro Marconi - Grupo Folha

Morador do Parque Universidade, na zona oeste de Londrina, há cerca de 26 anos, Ranildo de Lima tem convivido praticamente todo este período com o mesmo problema: o mato alto no terreno baldio que fica ao lado da casa onde vive com a família. “O mato está mais alto que a minha cerca elétrica. Ele encosta na cerca e não consigo ligar”, apontou. A localidade ainda conta com uma viela. “Gera insegurança, porque nunca sabemos o que pode sair desse mato”, apontou.

O dono do espaço seria de Rolândia (Região Metropolitana de Londrina), entretanto, os vizinhos relataram que raramente ele realiza a roçagem. Diante das inúmeras reclamações, a CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização), por meio de empresa terceirizada, fez a limpeza do lugar. Desde o fim de janeiro, 100 terrenos particulares já foram roçados pelo órgão por conta da falta de cuidado, totalizando 95 mil metros quadrados.

A multa para os proprietários é de aproximadamente R$ 3 o metro quadrado, incluindo a taxa administrativa sobre os trabalhos executados. “A situação é alta, mas vemos que muitos proprietários estão fazendo a roçagem, o que não víamos em outros anos. Pedimos para as pessoas manterem os terrenos limpos, porque ao invés de pagarem em torno de R$ 700, R$ 800, podem contratar alguém e pagar R$ 150, R$ 200, ou seja, é bem mais barato”, alertou Álvaro Nascimento, gerente de Limpeza Urbana da companhia.

Todo o início de ano, a prefeitura faz a notificação dos donos de terrenos particulares em diário oficial, para a realização da roçagem. Em 2021 o prazo foi encerrado em 20 de janeiro. Para comprovar o trabalho, a equipe da terceirizada registra em fotos o antes e depois do local, com uma placa contendo informações sobre o lote. Para comprovar a data é colocada uma capa da FOLHA.

Parte das imagens é impressa na multa enviada aos donos. Caso não quite, o valor vai para dívida ativa. “Esta época do ano é propícia para a procriação do mosquito transmissor da dengue e estamos preocupados com essa situação também. Quando o terreno está com mato alto, podem aproveitar e descartar lixo de forma irregular. Se este ato não é pego em flagrante, a obrigação da limpeza é do proprietário do imóvel e também cabe multa (pelo entulho)”, explicou.

QUEIXAS

No Parque Ouro Branco, região sul, uma vizinha de área privada descuidada, que preferiu não ser identificada, contou que é comum encontrar animais peçonhentos dentro da residência. “Os bichos vêm todos do matagal. É muita falta de respeito. Já cansei de ver focos (do mosquito Aedes aegypti) no meio do lixo que jogam. Como ninguém limpa, se sentem no direito de fazer o despejo”, criticou.

A CMTU vai até os locais com irregularidades a partir de denúncias da população, de listas do órgão com endereços de trabalhos já executados anteriormente e quando servidores encontram o problema ao saírem pelas ruas. “Recebemos a reclamação, o fiscal vai no lugar e, se procede, executamos no futuro, o que dá de dois a três dias”, explicou Álvaro Nascimento. São aproximadamente 100 queixas por mês.

Pessoas aproveitam mato alto para despejo irregular de lixo
Pessoas aproveitam mato alto para despejo irregular de lixo | Foto: Pedro Marconi - Grupo Folha

ÁREAS PÚBLICAS

Concomitante à roçagem de áreas particulares, também acontece o corte de mato nos terrenos que pertencem ao município e demais espaços públicos, como rotatórias e canteiros. Segundo o gerente de Limpeza Urbana da companhia, cinco equipes de empresa contratada fazem a atividade diariamente durante os meses com maior incidência de chuvas e calor.

A previsão é de que na semana que vem os trabalhadores atuem nos jardins Cláudia e Guanabara, na zona sul, e no residencial Vista Bela, norte. “Pedimos um pouco de paciência a todos. Iremos chegar o mais rápido possível. As chuvas, às vezes, atrapalham, porque é um dia perdido que temos que repor quando tem Sol”, justificou.

SERVIÇO - Reclamações sobre mato alto podem ser registradas por meio do telefone 3379-7900 ou no site cmtu.londrina.pr.gov.br .