CMTU quer viabilizar recurso para semaforização inteligente
Presidente da companhia visa integração com Londrina Iluminação e CTD; projeto de Campinas promete novidade com uso da Internet das Coisas
PUBLICAÇÃO
quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025
Presidente da companhia visa integração com Londrina Iluminação e CTD; projeto de Campinas promete novidade com uso da Internet das Coisas
Matheus Camargo - Especial para a FOLHA

A semaforização inteligente é uma busca da nova gestão da CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização). Atualmente, a intenção da companhia é trabalhar para utilizar parte da verba da Cosip (Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública) também para esta finalidade e não apenas com a prerrogativa atual, que é de utilizar o recurso para instalação de iluminação de LED nos postes.
Fabrício Bianchi, diretor-presidente da CMTU, adiantou que o valor de 2024 do Cosip, que é uma taxa paga pela população na conta de luz, foi de cerca de R$ 60 milhões. Com o rescaldo do ano passado e o valor de 2025, pode chegar a R$ 90 milhões para investimentos.
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A CMTU acionou o jurídico e tem trabalhado para obter o recurso, além de ter uma ordem de integrar projetos entre a companhia, a Londrina Iluminação e a CTD (Companhia de Tecnologia e Desenvolvimento). Com isso, Fabrício Bianchi espera implantar novas ideias na semaforização da cidade.
Agilidade e soluções
“Essa integração das empresas públicas pode viabilizar uma solução, que de repente é a CTD, a Londrina Iluminação, que vão construir a solução e a CMTU que vai contratar deles, então as empresas têm esse papel de serem mecanismos para dar agilidade e criar soluções que atendam o município”, destacou Bianchi.

“Então a gente está olhando a semaforização como exemplo. Primeiro eu tenho que sair do ferro movido a carvão e chegar ao ferro a vapor. E isso quem vai nos entregar, a agilidade, é a Londrina iluminação com a CTD. Se a gente conseguir trazer inteligência, que é possível para o que está existente nos nossos semáforos, é uma situação. Se eu vou fazer um investimento utilizando o Cosip e, caso seja possível, com isso integrar ao que já é feito, dar conectividade, é uma outra situação. Então, é um projeto que está em construção, a Londrina Iluminação está montando isso junto com a gente, para poder, de fato, fazer isso, ter a ‘onda verde’, por exemplo. A ideia é, se não tem ninguém transitando, eu posso liberar antes para outro, é ter a acessibilidade para o deficiente visual. Hoje a gente não tem isso, não tem. Então, assim, estamos partindo do zero, investimento do zero. ‘Ah, mas não funciona.’ Não funciona, mas é porque não está nem sincronizado”, seguiu o presidente da CMTU.
A CMTU buscou entendimento jurídico sobre o valor do Cosip para utilizar o investimento em outras áreas, como a semaforização, que tem sido tema central de estudos nacionais nos últimos meses.
Campinas tem projeto referência para ambulâncias
O uso de tecnologia avançada na organização do trânsito das grandes e médias cidades abre um leque de possibilidades que vão muito além da onda verde, que melhora o fluxo e evita congestionamentos. Imagine uma ambulância que precisa se deslocar com urgência ter sempre o caminho liberado à sua frente com um sinal verde. Isso está próximo de acontecer.
A novidade vem da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e é comandada pelo professor Gabriel Gomes de Oliveira, membro do IEEE (Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos), organização científica global que trata de assuntos tecnológicos.
O projeto do especialista trata da melhora da semaforização na zona urbana de Campinas e visa dar agilidade em emergências médicas. “Identificamos um problema grande no centro das cidades, que seria a dificuldade de acesso de ambulâncias e emergências para hospitais próximos, e trabalhamos usando a cidade de Campinas", conta,
Por meio da ferramenta conhecida como IOT (Internet das Coisas, em português), eles criaram um algoritmo que conecta as ‘coisas’: a ambulância, o semáforo, câmeras de fiscalização, e o hospital. "Suponhamos que ocorra uma emergência do ponto A ao ponto B. É feita uma foto e o Waze ou o Google Maps identifica os semáforos. A ambulância, com um sensor de geolocalização, desde onde foi feito o primeiro socorro da vítima. O motorista aciona o sistema e o GPS calcula a rota e os semáforos dessa rota vão ficar todos em sinal verde, até que a ambulância passe e possa chegar ao hospital de forma mais rápida”, explica o professor da Unicamp, que também é coordenador de Smart Cities.
Segundo o professor, houve uma apresentação à prefeitura de Campinas, que inicialmente não deu andamento ao plano. Porém, recentemente, um vereador da cidade do interior paulista o procurou para elaborar um projeto visando a instalação da ideia de semaforização inteligente no município.

