A CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) aprovou em dezembro do ano passado o início de um período de testes de patinetes elétricos da empresa Jet em trechos específicos de Londrina. Porém, o novo presidente da companhia, Fabrício Bianchi, não garante a permanência da empresa após o dia 12 de março, quando chega ao fim o contrato inicial que é válido por três meses.

O projeto de uma alternativa de micromobilidade em Londrina está previsto no Plano Diretor, por isso os patinetes elétricos foram aprovados para testes no ano passado. Bianchi destacou o acolhimento e o “espírito inovador” de Londrina, mas explicou medidas que estão sendo tomadas em meio a riscos que foram diagnosticados com os patinetes elétricos.

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“A pedido do prefeito (Tiago Amaral), está sendo feita uma análise, estamos notificando a empresa sobre situações de risco. Tem que recolher (os patinetes), eles aumentaram o número de funcionários. Tem que diminuir a velocidade em algumas vias, não pode ter acesso a alguns lugares, estamos fazendo adequações com a preocupação de evitar acidentes”, disse Fabrício Bianchi em entrevista à FOLHA. CMTU e Jet não informaram o número de acidentes registrados em patinetes elétricos desde o início do período de testes.

“Eles têm sido extremamente solícitos em mobilizar, contratar um efetivo grande, que tenta reorganizar o que a população não consegue deixar no lugar, é isso que eles estão fazendo. E a gente vem conversando com eles sobre aspectos que realmente nos preocupam”, seguiu.

Fabrício Bianchi confirmou que será feito um chamamento público para que outras empresas de micromobilidade concorram após o período de teste dos patinetes elétricos chegar ao fim. Além dos patinetes, outras alternativas são bicicletas, convencionais ou elétricas. O plano de micromobilidade visa dar alternativa de transporte sustentável para deslocamentos curtos nas zonas urbanas.

Segundo ele, quem apresentar a melhor condição de cumprir os critérios que serão colocados vai poder prestar o serviço na cidade. Com isso, o presidente da CMTU não garantiu a permanência da Jet com os equipamentos atuais.

“O momento atual é de teste, como se fosse um protótipo, e uma empresa entrou para fazer isso. Como ela foi escolhida? De que forma que decidiram? Eu não sei, eu não tenho nada a ver com isso, mas ela está testando. Vai ser aberto um chamamento público e quem tiver a melhor condição para cumprir com os critérios do chamamento vai ganhar”, seguiu.

OUTRO LADO

Por meio de nota enviada à FOLHA, a Jet informou que Londrina conta atualmente com 51 mil usuários cadastrados. Em média, as pessoas permanecem por 12 minutos nos patinetes elétricos.

“O que corrobora que o uso dos patinetes elétricos não é somente para diversão, mas para uso diário, como a rotina ao trabalho”, afirmou a empresa. Dos 51 mil usuários cadastrados, 30% - pouco mais de 15 mil - assinaram o serviço de assinatura mensal para o uso do serviço de micromobilidade em Londrina.

Em janeiro, por conta da alta procura, a empresa aumentou o número de patinetes utilizados de 489 para 641. Em dezembro foram realizadas 68.500 viagens. Os avisos de infrações foram 12 durante o primeiro mês de uso, segundo informou a CMTU por meio de dados da própria Jet. Questionada, a empresa não informou dados sobre violação ou roubos de equipamentos durante o atual período de testes na cidade.