Circulação de patinetes requer mais cuidados em Londrina
Menores de 18 anos dirigindo patinetes e locomoção com duas pessoas ou mais sobre os veículos são infrações comuns na cidade
PUBLICAÇÃO
segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Menores de 18 anos dirigindo patinetes e locomoção com duas pessoas ou mais sobre os veículos são infrações comuns na cidade
Walkiria Vieira

Dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe três: tem duas rodas, é azul e movido a eletricidade. Fácil, pois os patinetes passaram a compor a paisagem em Londrina desde sua autorização temporária. Passados dez dias da circulação, tornaram-se onipresentes e motivo também de reflexões sobre o uso adequado e a necessidade de as regras serem reforçadas para a segurança de todos.
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Embora seja proibida a condução por menores de 18 anos, assim como a locomoção com duas pessoas a bordo do equipamento, as infrações multiplicam-se. No caso dos menores, nem mesmo com supervisão de adultos podem pilotar. Um dos motivos é o peso do modal, que pode ser de mais de 40 kg, e a velocidade, que pode chegar até 20 km/h. Dentro dessa perspectiva, uma criança talvez não consiga lidar com os controles e por isso a regra fica estabelecida para proteger os menores.

Em dupla, os perigos também são dobrados porque com duas ou mais pessoas, a carga torna-se maior do que a projetada. Considerado um veículo de micromobilidade, o patinete foi desenvolvido para suportar uma pessoa em deslocamento e se houver uma segunda pessoa, o peso não será distribuído adequadamente. Uma das explicações é a de que o patinete torna-se difícil de controlar e aumenta o risco de quedas e lesões. Andar é duplas é passível de multa de R$ 150.
Um dos responsáveis pela distribuição e organização dos patinetes elétricos em seus pontos em Londrina, o scouter Wellington Gonçalves alerta que é fundamental estar atento ao disposto no regulamento. "Antes de embarcar, o usuário deve fazer a leitura das regras para dar o aceite. Mas infelizmente muitas pessoas apenas passam pela barra de rolagem e concordam com termos de uso, mas não cumprem", observa.
Em dias de chuva, Gonçalves destaca que o cuidado também deve ser maior. "As leis da física existem e estão presentes em uma prática como essa, então e é importante que as pessoas sejam responsáveis em todas as situações e quando chove, há vários aspectos que devem ser levados em consideração para que não haja quedas e outros acidentes", ensina.
Assim, embora não seja proibido circular quando chove, o usuário deve estar ciente de que na chuva a aderência é alterada e por isso é fundamental ser mais cauteloso e não acelerar em superfícies escorregadias e também evitas poças de água.

As regras para utilização do estão em conformidade com o Art. 19 da Resolução 996/2023 do CONTRAN e fiscalização sobre a devida utilização dos patinetes cabe aos órgãos com atribuição de fiscalização das normas do CTB como CMTU, GM, PM e outros.
Vale lembra que embora não seja obrigatório, é altamente recomendável o uso de capacete por uma questão de segurança. Na hora de passar pela faixa de pedestres, desça do patinete. O uso de calçado fechado como tênis também é uma recomendação de segurança, assim como não usar o transporte após a ingestão de bebida alcoólica.
LAZER OU TRABALHO
Os patinetes devem respeitar, de forma determinada a prioridade dos locais de circulação na seguinte ordem: a primeira escolha do usuário deve ciclovia e/ou ciclofaixas. Na falta, usar as calçadas e, só em último caso, as vias públicas. Os critérios são estabelecidos também pelo CONTRAN - Conselho Nacional de Trânsito.
Considerada uma febre no momento, os patinetes atraíram muitas pessoas no último fim de semana para seus pontos de locação. Morador do Conjunto Milton Gavetti, na região norte, Maycon Rodrigo da Silva aproveitou a folga de domingo para matar a curiosidade e ver de perto e também dar uma volta. Ao lado da esposa e dois filhos, de 12 e sete anos, todos experimentaram e aprovaram a novidade. "Tornou-se uma atração e estava com vontade mesmo. É uma ideia bem interessante porque além da da locomoção, serve para as crianças de divertirem", pensa.
Silva confirma que não conhece todas as regras de uso e tem interesse em se inteirar. "Aprovo a redução da velocidade de 20 km/hora para 15 km/hora e se for ampliar para a região Norte tem que ter bastante divulgação porque lá tem BR, avenida e isso é perigoso"
ROTINA DE TRABALHO
Para o pedreiro Wellington Vieira, o patinete já está integrado à sua rotina de trabalho e tem facilitado a sua vida. Entre ir a pé ou chamar um carro pelo aplicativo, tem usado o equipamento elétrico. No Calçadão, ao lado da namorada, a auxiliar de cozinha Franciele Pessonia, a missão é ensinar a ela como se locomover com segurança e agilidade por uma valor acessível.
"Primeira vez que peguei estava com 30% de bateria e cheguei onde queria com tranquilidade. Foram dois quilômetros bem rodados". Diante de sua experiência, sobe no patinete e com paciência explica os comandos para a namorada. "É só ir com calma, prestar atenção e na hora de virar também não acelerar com tudo", diz. Com esse apoio e a vontade de ter a experiência, a jovem sorri quando se desloca e recebe o do vento fresco no rosto.

