Cinco freiras morrem de Covid em convento de Curitiba
Surto da doença começou há pouco mais de 15 dias e atingiu 29 do total de 51 freiras; óbitos foram registrados em seis dias
PUBLICAÇÃO
sexta-feira, 03 de setembro de 2021
Surto da doença começou há pouco mais de 15 dias e atingiu 29 do total de 51 freiras; óbitos foram registrados em seis dias
Katna Baran - Folhapress
Curitiba - Em seis dias, seis freiras que moravam em um convento em Curitiba morreram - cinco delas após enfrentarem complicações da Covid-19. O surto da doença começou há pouco mais de 15 dias e atingiu 29 do total de 51 freiras que vivem na Congregação das Irmãs Franciscanas da Sagrada Família de Maria, no centro da capital.

A sequência de óbitos por Covid-19 começou no sábado (28), com a morte da irmã Helena Glovacki, 95. No domingo (29), morreu a irmã Elizabeth Tartas, 94. No dia seguinte, veio a perda da irmã Marieta Bet, 88, e, terça (31), da irmã Sofia Culaves, 78. A última morte pela doença ocorreu nesta quinta-feira (2), da irmã Stella Albina Franzoi, 87.
Já a irmã Maria Catarina da Silva, 70, morreu na quarta-feira (1), após permanecer 47 dias na UTI com complicações de um tumor de hipófise, segundo informou a congregação.
Outras cinco freiras atingidas pela Covid-19 tiveram que ser internadas, mas somente duas permanecem no hospital. Uma delas, de 83 anos, está na UTI e outra, de 97, deve ter alta nos próximos dias, de acordo com a madre Maria Madalena Ryndack, responsável pelo convento.
Ryndack diz não saber como o surto de Covid-19 atingiu o local, já que, segundo ela, todas as freiras seguiam cumprindo medidas sanitárias para evitar a propagação do vírus. Segundo a madre, apenas algumas das religiosas mais jovens não foram vacinadas contra a doença porque ainda não foram convocadas ou foram contaminadas e seguem cumprindo o isolamento. "Desde o ano passado, estamos muito protegidas. Pouquíssimas irmãs mais novas saem para fazer as compras e conseguimos ficar esse tempo todo muito bem preservadas", afirma.
LEIA TAMBÉM:
Colégios estaduais de Londrina e região têm mais de 200 casos de Covid
'COM CERTEZA A VACINA AJUDOU MUITO'
A madre ressalta que todas as freiras que morreram de Covid-19 já tinham a saúde debilitada ou comorbidades e que a vacinação garantiu que tantas outras não desenvolvessem complicações. "Temos idosas de mais de 90 anos que estão em fase de melhora. Com certeza, a vacina ajudou muito para que o quadro não fosse ainda pior", disse.
Ela contou que o surto no convento fez surgir uma corrente de ajuda de fiéis, amigos e parentes, que auxiliaram as freiras em diversas tarefas enquanto elas precisavam ficar isoladas. "Estamos agora experimentando um luto. Ao mesmo tempo que é uma coisa triste, acreditamos que a missão delas se encerrou. Dói saber que foi a Covid que as levou, mas acreditamos que Deus vai nos fazer tirar alguma coisa boa de tudo isso".
Receba nossas notícias direto no seu celular! Envie também suas fotos para a seção 'A cidade fala'. Adicione o WhatsApp da FOLHA por meio do número (43) 99869-0068 ou pelo link wa.me/message/6WMTNSJARGMLL1

