Na Vila Brasil, galhos de grande porte caíram na fiação, deixando imóveis sem energia
Na Vila Brasil, galhos de grande porte caíram na fiação, deixando imóveis sem energia | Foto: Ricardo Chicarelli/Grupo Folha

O clima quente que tem marcado presença sobre o Norte do Paraná não deve dar trégua, pelo menos nos próximos dias, segundo previsão do Simepar (Sistema Meteorológico do Paraná). A temperatura máxima ao longo desta semana não ficará abaixo dos 30°C. Para sexta-feira (18), por exemplo, a expectativa é de que chegue aos 36ºC. As mínimas também não serão amenas.

“O calor vai continuar forte, com temperaturas máximas e mínimas elevadas. Não temos condição de massa de origem polar. Mesmo que tenhamos declínio na temperatura, não é o suficiente para mudar a condição do tempo”, explicou a agrometeorologista do Iapar (Instituto Agronômico do Paraná), Angela Costa. No domingo, o termômetro alcançou a marca de 36.8ºC.

De acordo com a pesquisadora, chuvas podem ser registradas, como ocorreu na tarde de segunda-feira (14) em Londrina, entretanto, de maneira irregular. “São chuvas mal distribuídas, pancadas. Isto é normal para esta época do ano, que é de transição”, destacou. Este sistema convectivo pode gerar temporais. “Aumenta a intensidade de ventos e pode vir com granizo e descargas atmosféricas. Então, existe risco de vendavais”, alertou.

ESTRAGOS

A média histórica de precipitação para outubro em Londrina é de 154 milímetros. Até a tarde de segunda, o total era de 14.8 milímetros, sendo que 1.8 foram de uma pancada de chuva acompanhada de ventos que atingiu algumas localidades da cidade. Apesar de rápida, a chuva deixou alguns estragos. A Defesa Civil recebeu chamado de, pelo menos, duas quedas parciais de árvores e destelhamento de residências.

Uma delas foi a da frentista Simone Saito, na rua Amapá, no jardim Ideal, região central. A casa faz parte de um complexo com quatro residências, construídas como sobrado. A armação de madeira e as telhas de duas saíram com a força do vento. “Estava me arrumando para ir trabalhar quando vi o telefone e o modem de internet ‘subindo’ para o teto com a fiação, ainda tentei segurar. Achei que a antena tinha caído. Logo em seguida começou a jorrar água dos bocais das lâmpadas. Foi um susto, minha sala ficou cheia de água”, relatou.

Duas casas ficaram destelhadas com força dos ventos no jardim Ideal
Duas casas ficaram destelhadas com força dos ventos no jardim Ideal | Foto: Ricardo Chicarelli/Grupo Folha

Um vizinho notou o que tinha acontecido e avisou a moradora e a dona das residências, que também vive no local, mas, na parte debaixo. “Estava arrumando alguns materiais num cômodo ao lado e só ouvi o barulho. Não imaginava que seria isso. Foi uma chuva rápida e destruidora”, lamentou. “Por sorte, fiz seguro para as casas. Ao contrário o prejuízo iria ser grande”, constatou. Os Bombeiros foram chamados e descartaram dano na estrutura das casas. A Defesa Civil levou lona.

ENERGIA

Na zona sul, galhos de uma árvore de grande porte caíram e danificaram parte da fiação na rua Paraguai esquina com rua Bolívia, na Vila Brasil. Cinquenta e nove imóveis ficaram sem energia por cerca de uma hora. “Deu um estrondo e ficou uns 20 segundos saindo faíscas da fiação que se rompeu. Quase os galhos e fios caíram em cima de um veículo que estava estacionando perto”, contou Alisson Vicentini, que trabalha num pet shop próximo. “Tem uma outra árvore na rua Bolívia que se não podarem vai acontecer o mesmo”, avisou.

icon-aspas "Quase os galhos e fios caíram em cima de um veículo que estava estacionando"
Alisson Vicentini -

A assessoria de imprensa da Copel informou que a companhia teve algumas ocorrências após a chuva. Na maior, um circuito de alta tensão desligou no centro de Londrina, deixando 965 imóveis sem luz por quase uma hora.

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