Vivi Xavier, na zona norte: lixo jogado em vias e terrenos baldios é motivo de reclamação dos moradores
Vivi Xavier, na zona norte: lixo jogado em vias e terrenos baldios é motivo de reclamação dos moradores | Foto: Pedro Marconi - Grupo Folha

Ao circular pelo conjunto Vivi Xavier, na zona norte de Londrina, é possível se deparar com vários locais com lixo jogado de forma irregular, o que pode servir de criadouro para o mosquito Aedes aegypti. Um dos exemplos é a rua Joubert de Cavalho, onde os materiais estão acumulando num terreno baldio perto do terminal, como restos de construção e vidros. “É limpar em um dia que no outro já despejam lixo de novo. As pessoas não têm consciência”, reclamou o motorista aposentado Marcos da Costa.

O bairro é um dos sete que estão com alerta vermelho, que sinaliza alta incidência de casos. O Vivi Xavier entrou para a lista no último boletim divulgado pela prefeitura, na sexta-feira (30), com o panorama da doença na cidade. São outras 18 localidades “pintadas” de amarelo, que significa incidência crescente. No último mês Londrina registrou uma disparada nos casos de dengue neste ano. Em 26 de março eram 756 pessoas positivadas com a doença. O município fechou abril com 2.082 confirmados, um aumento de 175%.

A quantidade de notificações também vem crescendo dia após dia. No final de março o informe do poder público indicava para 4.536; em oito de abril subiu para 6.157; no dia 22 já estava em 7.955 e em 30 de abril atingiu a marca de 9.508 notificações, elevação de 109% em pouco mais de 30 dias. Cinco pessoas já perderam a vida na cidade em decorrência da dengue. Atualmente, 3.874 casos ainda estão sendo analisados.

A reportagem procurou o secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, e a assessoria da pasta, com o intuito de repercutir os dados, entretanto, não obteve resposta. Em entrevista ao Núcleo de Comunicação da prefeitura, Machado relatou que as vistorias têm sido intensificadas nos locais com alta incidência de pessoas acometidas pela doença afim de mitigar o surgimento de mais casos.

“Essas atividades contemplam desde a visita de rotina, com orientações e eliminações de possíveis criadouros do vetor, incluindo a aplicação de inseticida com a UBV pesada, por meio do fumacê. Temos que destacar que 99% dos focos encontrados estão nos quintais. O vetor transmissor da dengue tem preferência onde tem circulação humana, pois assim encontra alimentação (sangue) e local para dar continuidade à espécie, fazendo a desova”, pontuou.

Imagem ilustrativa da imagem Casos confirmados de dengue disparam em Londrina
| Foto: Folha Arte

CUIDADOS

Na residência da dona de casa Débora do Nascimento vários familiares foram diagnosticados com dengue nos últimos anos, principalmente em 2020, quando a cidade enfrentou uma epidemia. “Aqui em casa buscamos cuidar, manter o quintal limpo, mas não são todos que fazem isso. Aí que está o problema”, constatou. “É álcool em gel numa mão e o repelente na outra, ainda mais se tenho que sair de casa”, opinou a pensionista Madalena Dias Silva.

Uma das ações para evitar uma nova “avalanche” de casos é o mutirão Bota Fora, em que são recolhidos os materiais sem serventia ou que possam acumular água parada nos bairros. Na semana passada os servidores estavam na zona oeste.

DICAS

A secretaria municipal de Saúde frisa que o mosquito não nasce contaminado, ou seja, precisa picar um indivíduo contaminado para espalhar a doença. Algumas intervenções simples que podem garantir segurança, além da limpeza, são a utilização de telas de proteção, mosquiteiros e o repelente. Além da dengue, o Aedes aegypti também é o transmissor da zica e da chikungunya. Entre os sintomas da dengue estão febre alta, acima dos 38.5º C, dores musculares intensas, dor ao movimentar os olhos, mal estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo.

LEIA TAMBÉM:

- Bota fora contra a dengue: equipes recolhem entulhos de bairros de Londrina

Receba nossas notícias direto no seu celular! Envie também suas fotos para a seção 'A cidade fala'. Adicione o WhatsApp da FOLHA por meio do número (43) 99869-0068 ou pelo link wa.me/message/6WMTNSJARGMLL1.