Imagem ilustrativa da imagem Bisneto de Oscar Niemeyer visita o Terminal Rodoviário de Londrina
| Foto: Vivian Honorato/N.Com

A convite da Prefeitura de Londrina, Paulo Sérgio Niemeyer passou parte desta manhã de terça-feira (27) no Terminal Rodoviário José Garcia Villar, na zona leste. Ele é arquiteto e presidente do Instituto Niemeyer, cujo trabalho é preservar o legado deixado por seu bisavô Oscar Niemeyer, gênio da arquitetura moderna.

“Fui convidado com o objetivo de resgatar a obra do Oscar nessa rodoviária, que é um marco da arquitetura moderna. Ela foi descaracterizada e vamos ver como podemos propor o resgate da originalidade do projeto. A gente tem um acervo grande de trabalhos do Oscar e, no caso da rodoviária de Londrina, a gente não tinha. Estamos com essa visita para entender como ela está construída, o que temos de possibilidade para trazer mais a presença do Oscar e poder voltar a fazer com que ela tenha um caráter mais turístico e cultural, contando um pouco da história da cidade”, afirmou Paulo Sérgio.

Projeto original do Terminal Rodoviário de Londrina, por Oscar Niemeyer
Projeto original do Terminal Rodoviário de Londrina, por Oscar Niemeyer | Foto: Fundação Oscar Niemeyer

Ele explica que Instituto reconhece a Rodoviária como obra de Oscar. “Como várias obras do meu bisavô, elas acabam se descaracterizando com o passar do tempo. Muitas vezes, o processo construtivo fica caro e a prefeitura não o faz como ele pensou originalmente. É o caso daqui. Ela era toda feita de concreto e acabou ficando com uma estrutura metálica, que acaba barateando, mas o Oscar também aceitava. Então, tem formas de pensarmos nesse instrumentário que é trazer o que a gente chama de desenho estético dele”, disse.

VÃO LIVRE

As primeiras impressões do arquiteto ao visitar o Terminal Rodoviário são de que a característica está bem próxima ao projeto original, “que é o balanço, o vão livre, o vidro. Na verdade, ela tem todas as características de uma obra de Oscar, só que, claro, como ele fazia muito concreto, a rodoviária perde um pouco da identidade”, completou. O projeto foi executado pelos arquitetos Julio Ribeiro e Hely Brétas com as modificações propostas pelo prefeito da época, Wilson Moreira.

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| Foto: Micaela Orikasa/Grupo Folha

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Croqui feito por Oscar Niemeyer
Croqui feito por Oscar Niemeyer | Foto: Fundação Oscar Niemeyer

CONCESSÃO

A secretaria municipal de Gestão Pública criou uma gerência de Planejamento de Contratações, Concessões e Parcerias, que tem como foco a prospecção de mercado e o desenvolvimento de estudos técnicos de alguns equipamentos públicos para serem repassados à iniciativa privada. O Terminal Rodoviário é o primeiro dentro deste projeto.

“Estamos iniciando um programa de concessão, ainda na etapa de estudos técnicos. E essa visita de Niemeyer busca comparar o que foi efetivado do projeto original e verificar quais intervenções são viáveis, inclusive em relação aos custos. Isso vai refletir em melhorias, maior limpeza e mais atividades neste espaço”, comentou o secretário municipal de Gestão Pública, Fábio Cavazotti.

PROBLEMAS ESTRUTURAIS

Os maiores problemas estruturais que a Rodoviária de Londrina vêm enfrentando há anos são na cobertura, com infiltrações em dias de chuva, e nas condições do asfalto por onde passam os ônibus. “A pandemia de coronavírus afetou muito o movimento de passageiros. Tivemos uma redução de cerca de 60%”, acrescentou o superintendente do Terminal Rodoviário, Sandro Roberto B. Neves. Atualmente, o local conta com a presença de 18 empresas de ônibus e dos 32 espaços comerciais disponíveis em todo o complexo, somente 12 estão ocupados.

Imagem ilustrativa da imagem Bisneto de Oscar Niemeyer visita o Terminal Rodoviário de Londrina
| Foto: Micaela Orikasa/Grupo Folha

A visita de Niemeyer foi intermediada pelo secretário municipal de Governo, Alex Canziani. Segundo ele, após o estudo técnico, as intervenções no projeto serão colocadas como condicionantes para a concessão do Terminal. “Vai caber ao concessionário desenvolver esse trabalho”, afirmou.

Cavazotti adiantou que o Terminal Rodoviário de Londrina já desperta o interesse de empresas privadas especializadas em operações rodoviárias. Uma delas, segundo ele, é responsável pela gestão de aproximadamente 50 terminais rodoviários espalhados pelo País. Inaugurado em junho de 1988, em uma área de mais de 57 mil metros quadrados, o Terminal Rodoviário é gerenciado pela CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização).

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