Imagem ilustrativa da imagem Arapongas tem fila ‘gigante’ para vacinação contra Covid
| Foto: Micaela Orikasa/Grupo Folha

Uma fila gigante se formou logo de manhã no Espaço Cultural Milene (Feira da Lua), em Arapongas (Região Metropolitana de Londrina), nesta segunda-feira (5). Centenas de idosos acima de 65 anos e seus acompanhantes, além de profissionais de saúde com mais de 40 anos, aguardavam para receber a 1ª ou a 2ª dose da vacina contra a Covid-19.

No município, a vacinação vinha ocorrendo apenas no período vespertino e de forma descentralizada em, pelo menos, quatro pontos. A partir desta segunda, o público-alvo deve se vacinar no Espaço Cultural, entre 9h e 17h. “Para que pudéssemos ampliar o horário de atendimento e otimizar toda a informatização do processo, concentramos a vacinação em apenas um local. Essa movimentação no primeiro dia já era esperada”, comentou o secretário municipal de Saúde, Moacir Paludetto Jr.

Segundo ele, a ansiedade e o medo da falta de vacinas são alguns motivos para que muitas pessoas buscassem o atendimento nas primeiras horas. Quase no fim da fila, Marino Dambrózio, 65, disse estar ansioso para tomar a primeira dose. “A fila está muito grande. Eu não imaginava que tinha tanta gente assim, mas muitos devem estar na mesma expectativa que eu”, afirmou.

A aposentada Iraci Aquino Figueiredo, 66, esperou quase duas horas para tomar a primeira dose. “Cheguei cedo e valeu a pena toda a espera. Não doeu nada e me sinto mais protegida”, comentou.

Iraci Figueiredo esperou quase duas horas para tomar a primeira dose: "Valeu a espera; me sinto mais protegida"
Iraci Figueiredo esperou quase duas horas para tomar a primeira dose: "Valeu a espera; me sinto mais protegida" | Foto: Micaela Orikasa/Grupo Folha

Segundo Paludetto Jr., tanto a primeira dose para o público que está sendo atendido (65 anos) quanto a segunda dose para aqueles já vacinados estão garantidas. “Estamos monitorando a fila o tempo todo para que a distância mínima seja respeitada e pedimos para que as pessoas escolham outros horários. O atendimento é das 9h às 17h, ininterruptamente”, disse.

Augusta Nanci Vendrametto, 79, recebeu a segunda dose da vacina nesta manhã e confessou que a ansiedade era mais dela do que qualquer outra pessoa da família. “Há um ano eu não saio de casa porque meu medo de pegar essa doença é muito grande. Eu já perdi muitos amigos e sempre acreditei na vacina. Hoje é um momento de grande alegria”, comemorou.

Augusta  Vendrametto recebeu a segunda dose: "Eu já perdei muitos amigos e sempre acreditei na vacina; hoje é um momento de grande alegria"
Augusta Vendrametto recebeu a segunda dose: "Eu já perdei muitos amigos e sempre acreditei na vacina; hoje é um momento de grande alegria" | Foto: Micaela Orikasa/Grupo Folha

NOVAS DOSES

O secretário afirma que uma nova faixa etária tem sido aberta a cada dois dias para receber a vacina contra a Covid-19. “Ao que tudo indica, temos doses para chegar até o público de 64 anos. Nossa expectativa era atingir muito mais gente, quem sabe até os 60 anos, mas a nova remessa que Arapongas receberá não será suficiente”, disse.

De acordo com Paludetto Jr, das 5.515 doses esperadas para chegar ao município até a tarde de terça (6), apenas 60 são destinadas à 1ª dose. “Tínhamos uma grande expectativa diante do anúncio oficial do governo estadual, mas ficamos um pouco decepcionados”, desabafou.

Além das doses, o governo estadual também anunciou a distribuição de kits de intubação. Sem citar a quantidade recebida, Paludetto Jr. garantiu que os medicamentos recebidos no Honpar (Hospital Norte do Paraná) são suficientes para atender os pacientes nos próximos dias. “A demanda tem oscilado muito, mas estávamos na iminência de ficar sem e hoje já estamos mais tranquilos, mas é claro que sempre existe a espera por mais kits”, destacou.

O levantamento oficial mostra que Arapongas vacinou até o dia 31 de março 13.465 pessoas. Deste total, 11.336 receberam a primeira dose e 2.129 a segunda dose.

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CENÁRIO PREOCUPANTE

Com quase 125 mil habitantes, Arapongas está entre os municípios do Estado com maior número de óbitos pela Covid-19, proporcionalmente. No boletim de domingo (4), o município chegou à triste marca de 301 mortes e um acumulado de 13.491 casos positivos.

“Proporcionalmente falando, somos o município com mais de 100 mil habitantes que mais possui óbitos no Estado, apesar da excelente estrutura de saúde. O município não adotou o lockdown completo, mas percebemos que após o decreto estadual, a Polícia Militar vem atuando de forma um pouco mais ostensiva em relação ao cumprimento das regras. Também estamos monitorando os bairros com maior número de casos para reforçar nossa fiscalização e orientações aos moradores”, disse o secretário de Saúde.

Até a noite de domingo (4), 636 pessoas estava em isolamento domiciliar e 49 seguiam internadas. A taxa de ocupação de leitos SUS Covid-19 era de 95% em UTI e 90% em enfermaria. “É um cenário que envolve uma série de fatores, desde a própria transmissão acelerada do vírus até os estabelecimentos comerciais e pessoas que não respeitaram às medidas preventivas”, afirmou.

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