Imagem ilustrativa da imagem Excesso de informações gera dúvidas sobre a vacina contra Covid
| Foto: Micaela Orikasa - Grupo FOLHA

Não é de hoje que pesquisadores e entidades ligadas à saúde batalham para deixar a população bem informada a respeito da imunização. A vacina é a forma mais eficaz e segura para adquirir proteção contra uma doença infecciosa. Ela elimina ou reduz o risco de adoecimento ou de manifestações graves, evitando até três milhões de mortes, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde).

Nesta pandemia de Covid-19 esse desafio tem sido ainda maior, já que um excesso de informações, especialmente aquelas sem critério científico, circulam diariamente na sociedade. No Calçadão de Londrina, a reportagem ouviu diferentes opiniões. “Já escutei vários absurdos e o maior deles a de que viraríamos jacaré. Eu ainda tenho dúvidas sobre a eficácia, confesso. Mas tenho tempo para me informar melhor porque até chegar na minha faixa etária vai demorar”, comenta Luca Fazano, de 19 anos.

A sogra de Jussara Oliveira Lima, 56, já foi vacinada. “Assim como minha sogra, acho que muitas pessoas têm medo de uma possível reação. Mas ela tomou e não teve nada. Não há dúvidas de que precisamos ser vacinados. A nossa esperança de dias melhores está na imunização de todos”, destaca.

Já Maria Eduarda dos Reis Oliveira diz que, por enquanto, não pretende tomar a vacina. “Tenho medo da reação que essas vacinas podem causar. Até chegar a minha vez talvez eu tenha mais segurança, pois já vamos ter um resultado dessas pessoas que estão tomando agora”, afirma.

Em Londrina, a Prefeitura desenvolveu um tira-dúvidas para a população e afirma que tantos nos testes clínicos como entre os primeiros vacinados, não houve ocorrências graves relacionadas às vacinas.

O comerciante Bruno Santos, 33, demonstra preocupação com a produção de vacinas em tempo curto. “Todos os laboratórios correndo para lançar vacinas e isso gera uma insegurança na questão dos testes de eficácia. Eu não tenho pressa para tomar essa vacina até que seja tudo muito bem esclarecido."

A SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações) reforça que as vacinas estão entre os produtos farmacêuticos mais seguros que existem e que o desenvolvimento em curto espaço de tempo diante de uma emergência, não deveria ser motivo de desconfiança, pois isso é viável pelos avanços de tecnologias que permitiram em uma semana o sequenciamento do genoma do vírus e a posterior aplicação desse saber no desenvolvimento de vacinas de diferentes plataformas. A entidade explica que todas as vacinas licenciadas para uso passaram obrigatoriamente por rígidos testes, desde a fase laboratorial até os estudos de fases 1, 2 e 3 em humanos, para confirmar sua segurança e eficácia.

Ainda de acordo com a SBIm, no fim de fevereiro de 2021, mais de 400 vacinas estavam em desenvolvimento, a partir de diferentes tecnologias. Até agora 250 já foram registradas na OMS. O principal alvo dos imunizantes é a proteína S (spike), responsável pela ligação do vírus SARS-CoV-2 com as células humanas.

O Paraná vem utilizando as vacinas aprovadas pela Anvisa e disponibilizadas pelo Ministério da Saúde, que são a Coronavac, produzida pelo laboratório Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, e a vacina Covishield desenvolvida pela parceria Oxford/AstraZeneca, em convênio com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A estimativa da SBIm é de que quando o País atingir 70% a 80% de cobertura vacinal na população (exceto as crianças), será possível obter a imunidade de rebanho.

Para Sônia Maria Falasson, 58, a vacina é a garantia de dias melhores. Ela já perdeu três familiares que contraíram a doença e tem um cunhado entubado, em estado grave. “É muito triste. Não há palavras para descrever a dor que eu sinto. A vacina é esperança e vai trazer alívio para as famílias”, ressalta.

Vale lembrar que ainda levará muito tempo para que todos sejam vacinados e que, por isso, mesmo quem já recebeu o imunizante devem seguir usando máscara, lavando as mãos e mantendo o distanciamento social, pois ainda podem continuar sendo agentes de transmissão da doença.

PERGUNTAS E RESPOSTAS

A vacinação é gratuita?

Sim, cada vacina é disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), atendendo a ordem dos grupos prioritários. Não há venda dessas vacinas no Brasil, nem fornecimento em rede privada/particular.

Qual será a ordem de vacinação?

Como ainda não há doses suficientes para atender toda a população que será imunizada, a vacinação é feita de forma gradual. No primeiro grupo prioritário estão os profissionais e trabalhadores em saúde, idosos institucionalizados e trabalhadores dessas instituições. O segundo grupo prioritário engloba todos os idosos, em ordem cronológica, começando pelos de maior idade. A listagem completa com os grupos prioritários de cada etapa está disponível no Plano Municipal de Imunização contra a Covid-19, da Prefeitura de Londrina. (http://saude.londrina.pr.gov.br/images/COVID_19/Plano_Municipal_de_Imuniza%C3%A7%C3%A3o_-_COVID19_02-2021_atualizado_1.pdf )

Até quando ficará disponível o cadastro on-line da Prefeitura de Londrina?

A estimativa é que o cadastro permaneça aberto para cada grupo prioritário até sua conclusão, e o agendamento das vacinações ocorre mediante a chegada de doses. O cadastro é importante para que a Prefeitura estabeleça as estratégias de vacinação e consiga quantificar o número de doses necessárias para cada grupo prioritário.

Quem não tem internet ou não conseguiu preencher, pode se cadastrar de outra forma?

As equipes das escolas e dos Centros de Educação Infantil do Município estão capacitadas e aptas para fazer o cadastro e agendamento, para pessoas sem acesso à internet ou que não saibam preencher o formulário on-line. (http://repositorio.londrina.pr.gov.br/index.php/dti/coronavirus/37489-lista-de-escolas-para-impressao-do-comprovante-de-cadastro-para-a-vacina-da-covid-19/file)

Que documentos e informações preciso colocar no formulário?

Cada grupo prioritário possui determinadas informações que são obrigatórias. De forma geral, é preciso indicar o nome completo, CPF, endereço de residência e qual a UBS de referência (mais próxima de sua residência). Os profissionais e trabalhadores de saúde também devem indicar, além destes dados, o endereço de onde trabalha.

Errei alguma informação durante o cadastro, o que eu faço?

Basta encaminhar e-mail para [email protected] e pedir a alteração, ou buscar auxílio na escola municipal mais próxima. Em alguns casos, será necessário refazer todo o cadastro, seguindo orientação enviada pelo e-mail.

Como sei que meu cadastro foi validado?

O prazo médio para análise e validação do cadastro varia de dois a cinco dias, e é feita somente para os grupos que já possuem a vacinação liberada.

Serei avisado quando o agendamento estiver disponível?

Quando seu grupo for liberado para a vacinação e o agendamento for liberado, o aviso ocorre de duas formas: por mensagem SMS para o celular do cadastro e divulgação oficial por meio da Secretaria Municipal de Saúde (redes sociais e imprensa).

Não tenho como imprimir o formulário, posso salvar em formato digital no celular ou tablet?

Sim.

Agendei um horário para ser vacinado, mas preciso mudar, é possível?

Sim, a mudança do horário agendado pode ser feita, pelo mesmo site do cadastro.

Para ser vacinado vão me dizer qual vacina será utilizada?

Sim. Essa informação constará na carteira de vacinação, entregue no atendimento, assim como a data prevista para retorno e aplicação da segunda dose.

Quais vacinas são aplicadas no Paraná?

O Estado utiliza vacinas aprovadas pela Anvisa e disponibilizadas pelo Ministério da Saúde. Até agora, são fornecidos dois imunizantes: a Coronavac, produzida pelo laboratório Sinovac em parceria com o Instituto Butantan; e a Covishield, desenvolvida pela parceria Oxford/AstraZeneca, em convênio com a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).

Quem não pode ser vacinado, mesmo que esteja no grupo prioritário?

Assim como é recomendado para outras vacinas, pessoas com febre moderada ou grave não devem ser vacinadas e a imunização deve ser adiada, para não que não haja confusão entre sintomas e possíveis efeitos colaterais. Quem teve diagnóstico confirmado de Covid-19 deve esperar, no mínimo, 30 dias após a data do primeiro sintoma ou do resultado do exame RT-PCR. Outras situações podem ser avaliadas com seu médico.

Gestantes, lactantes ou puérperas poderão tomar a vacina?

Para mulheres nessas condições e que também pertencem ao grupos de risco, a vacinação poderá ser realizada após avaliação e com decisão compartilhada entre a mulher e o seu médico.

A vacina é recomendada para crianças e adolescentes?

Até esse momento, as duas vacinas contra a Covid-19 aprovadas pela Anvisa não contemplam pessoas menores de 18 anos.

As vacinas causam alguma reação?

Tanto nos testes clínicos como entre os primeiros vacinados não houve ocorrências graves relacionadas às vacinas. E em qualquer vacinação pode ocorrer os chamados “eventos leves”, como dor local, dor fraca ou moderada no corpo, febre baixa. Nesse caso, basta procurar uma Unidade Básica de Saúde ou Pronto Atendimento 24 horas. Para eventos mais graves, que são muito raros, o paciente em Londrina será direcionado ao Hospital Universitário da UEL.

Faço uso de medicamentos, há alguma contraindicação para tomar a vacina?

A vacina somente é contraindicada às pessoas que têm hipersensibilidade ao princípio ativo ou a qualquer um dos seus componentes. Confira a bula da Coronavac ( https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2021/bulas-saiba-mais-sobre-as-vacinas-autorizadas-para-uso-emergencial/2021-01-18-bula-paciente_clean.pdf ) e da Astrazaneca/Oxford (https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2021/bulas-saiba-mais-sobre-as-vacinas-autorizadas-para-uso-emergencial/bula-vacina-covid-19-recombinante_vp_001_21-01-2021.pdf ). Pacientes em uso de medicação para doenças reumatológicas, oncológicas, anticoagulantes e corticoides (uso contínuo) devem apresentar carta médica. Também é contraindicada às pessoas que já apresentaram uma reação alérgica intensa ao tomar dose anterior de vacina contra a Covid-19. Na dúvida, pergunte ao profissional de saúde.

Todo mundo é obrigado a se vacinar?

Quanto mais pessoas se imunizarem, mais fácil será de conter a disseminação do coronavírus. O Plano Nacional de Imunização do Ministério da Saúde estabeleceu como meta vacinar ao menos 90% da população alvo de cada grupo.

Por que mesmo após tomar a vacina ainda preciso usar máscara e as demais medidas preventivas?

Usar máscara, lavar as mãos e manter o distanciamento social são medidas eficientes e necessárias para evitar a disseminação do novo coronavírus. Ainda faltam muitos meses para que todos sejam vacinados contra a Covid-19, e mesmo quem já recebeu o imunizante ainda pode continuar sendo um agente de transmissão da doença. (Com informações do N.Com e AEN)

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