Apucarana - A pandemia de coronavírus e a chegada do frio aumentaram a preocupação com a população em situação de rua em Apucarana (Centro-Norte). A prefeitura municipal pretende debater o assunto com entidades ligadas ao setor, como clubes de serviço, igrejas, conselhos setoriais e entidades de acolhimento, para definir uma série de ações visando fortalecer o atendimento.

Imagem ilustrativa da imagem Apucarana realizará debate sobre população de rua
| Foto: iStock

Conforme Ana Maria Schmidt, assessora da secretaria municipal de Assistência Social, existem cerca de 70 moradores de rua em Apucarana. “Eles normalmente estão em grupos, que classificamos como pontos de aglomeração e pontos de pedido de esmola. É uma população que costuma ficar aglomerada em grupos, o que os torna também vulneráveis quanto à Covid”, pontua.

Durante a pandemia, três moradores de rua chegaram a ser diagnosticados com a doença, através de um trabalho conjunto entre a Autarquia Municipal de Saúde e a Assistência Social. “Nestes casos, temos um local onde essas pessoas podem passar a quarentena antes de serem encaminhadas para entidades de acolhimento”, observa.

Outro aspecto que causa preocupação são os pontos de pedido de esmola. “Notamos que algumas pessoas contribuem voluntariamente, mas há outras que acabam dando dinheiro por se sentirem intimidadas. Queremos também levar essa questão para a sociedade, colhendo sugestões de ações para enfrentar essa situação”, afirma Schmidt.

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TRECHEIROS

Além dos moradores de rua, há ainda os chamados “trecheiros” que apenas estão de passagem pela cidade. “Temos uma rede de atendimento que envolve o Centro Pop e as instituições parceiras que fazem o acolhimento e o pernoite. No Centro Pop, eles são atendidos por educadores e assistentes sociais que fazem a orientação e onde os moradores recebem café da manhã e almoço, além de um local para banho e lavagem de roupas”, cita Ana Maria, informando que o Centro Pop fica na Rua Clotário Portugal, 250, e o telefone para solicitação da abordagem social é o 3422-3672.

VÍNCULOS FAMILIARES

A assessora da secretaria afirma que durante as abordagens os educadores sociais buscam saber os motivos da pessoa estar nas ruas. “O trabalho é verificar quem está na rua, porque está na rua e quais são os vínculos familiares que foram quebrados. Observamos que boa parte deles têm família, fica durante o dia pelas ruas pedindo esmola e à noite volta para casa”, relata.

De acordo com ela, os moradores de rua são incentivados a restabelecer os vínculos familiares. “Levamos em consideração que são 70 pessoas e cada uma delas com uma situação diferente. Tivemos o caso de uma pessoa que perdeu sua esposa devido a um câncer e decidiu viver o seu luto na rua. Essa situação perdurou por cerca de três semanas, até que conseguimos convencê-lo a voltar para a sua casa”, exemplifica.(Com informações da prefeitura municipal)

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