Na relação dos 2.456 calouros da UEL (Universidade Estadual de Londrina), divulgada na sexta-feira (18), o nome de Antonio Tunouti era o oitavo impresso na lista de aprovados no curso de letras português vespertino. Ele foi o candidato mais velho inscrito no concurso e, mesmo fora das salas de aula há algumas décadas, garantiu a vaga tão almejada. A conquista, além de levá-lo de volta ao ambiente acadêmico, o deixa ainda mais perto do sonho que alimenta há anos: escrever um livro.

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Relembre a expectativa do seu Antônio após aprovação na primeira fase

Imagem ilustrativa da imagem Aos 81 anos, Antonio Tunouti é o calouro mais velho da UEL
| Foto: Saulo Ohara


No final de novembro, a FOLHA publicou uma matéria com Tunouti. Na ocasião, ele confessou o sonho de ser escritor e a vontade alimentada durante muito tempo de escrever sobre o Norte do Paraná, contando sobre a geografia da região, desde o início da colonização da região. "A pessoa tem que ter um sonho para poder estudar", revelou.

Tunouti havia sido aprovado na primeira fase do concurso e se preparava para as provas da segunda fase. Ciente de suas dificuldades em gramática e sociologia, dedicou-se aos estudos e provou que com objetivo, foco, determinação e muita disposição, tudo pode ser alcançado.

Na sexta-feira, pouco antes da divulgação do resultado, ele confessou que a ansiedade estava grande, "parecendo uma criancinha", e pediu: "reze por mim". A oração talvez ajudasse a acalmar os nervos, mas a parte que competia a ele já estava feita: o empenho nas provas da segunda fase do concurso.

Tunouti preferiu não dar entrevista neste momento para poder "concatenar as ideias". Formado em farmácia, em 1959, e em direito, em 1979, deve retornar à universidade em 25 de fevereiro.