Cambé - Dezenas de estudantes e também alguns pais foram na manhã desta segunda-feira (9) para a porta do Colégio Estadual Attilio Codato, no jardim Alvorada, em Cambé (Região Metropolitana de Londrina), protestar. Com palavras de ordem e cartazes, o grupo pediu medidas após um suposto caso de assédio sexual que teria acontecido na semana passada dentro da instituição, envolvendo uma aluna e um professor da disciplina de inglês.

De acordo com a adolescente, que tem 13 anos e está no 8º ano do ensino médio, ela usava um óculos com a palavra “kiss me” (“me beija” em inglês) quando teria sido abordado pelo docente no corredor. “Falei para ele que era uma brincadeira, mas ele disse vem cá. Quanto mais perto chegava, mais eu recuava. Fui ficando na parede e ele me prendendo. Me pegou pelo pescoço e puxou. Como minha cabeça estava na direção da dele, iria me beijar na boca, mas virei o rosto e ele beijou no canto da boca”, relatou.

A aluna ainda disse que levou o caso até a direção do colégio, mas a denúncia teria sido descredibilizada. “Fiquei em choque. Falei para a diretora que não iria me sentir confortável de ficar do lado dele (na sala de aula) e ela afirmou que não poderia fazer nada, que não poderia tirar eu e nem o professor da sala. No outro dia teve aula vaga e ela me chamou para conversar. Falou que foi uma brincadeira (do professor), que ele não teve intenção de assediar”, elencou.

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Os pais que participaram do ato cobraram providências da direção e também do Núcleo Regional de Educação. “Queremos respaldo da direção e que sejam tomadas ações. A diretora, ao invés de apoiar a aluna, proteger uma menor de idade, que poderia ser filha dela, está protegendo o professor”, lamentou a técnica em saúde pública Thatiane Uhlmamm Beltrame.

OUTRAS DENÚNCIAS

Os estudantes também declararam que outros episódios de assédio teriam sido registrados na instituição nos últimos meses, com supostas mensagens de professores para alunas, “olhares maldosos”, como definiram, e até contatos mais próximos. “Não é a primeira vez que temos reclamação de professor assediando aluna”, frisou uma aluna do 1º ano.

“Minha filha já reclamou várias vezes de professor, vários tipos de assédio, mas a direção nunca leva adiante. Pedimos que, pelo menos, a direção converse com os professores, que precisam ser banidos da escola. As regras existem para ambos, tanto alunos, quanto professores. A direção está sendo omissa”, ressaltou a empresária Ana Cristina da Silva, que tem uma filha de 17 anos no colégio.

SINDICÂNCIA

Em nota, a Seed (Secretaria de Estado da Educação e do Esporte) informou que está ciente da situação e que já iniciou procedimento de apuração dos fatos. “Assim que a apuração preliminar for concluída, até terça-feira (10), será determinada a abertura do procedimento de sindicância e o afastamento cautelar do funcionário”, explicou a pasta.

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