Já estamos na estação das flores e das altas temperaturas e, ao que tudo indica, o calor promete esquentar para valer neste ano. Nestes últimos dias, os termômetros passaram dos 30°C em Londrina e, assim como os humanos, os pets também sentem os efeitos do tempo quente.

Imagem ilustrativa da imagem Altas temperaturas podem oferecer risco à saúde dos pets
| Foto: iStock

O professor do curso de medicina veterinária, Edgard Hideaki Hoshi, comenta que a procura de tutores por orientações e consultas para os animais tendem a aumentar nesta época do ano, principalmente por quadros de desidratação e hipertermia, que é o aumento da temperatura corporal dos cães. “O animal passa a ter respiração ofegante, dificuldade para andar e pode ter até diarreia e desmaios”, diz.

Recentemente, o veterinário atendeu uma situação em que o animal estava com 41 graus de febre e o tutor foi orientado a dar um banho gelado para diminuir a temperatura. O quadro de hipertermia pode acometer qualquer cão, mas Hoshi chama atenção para as raças Bulldog Inglês, Bulldog Francês e os Pugs.

“São raças que já apresentam dificuldade respiratória anatômica, ou seja, já têm dificuldade de passagem de ar e os cães não têm glândulas sudoríparas e, por isso, acabam usando a respiração para trocar calor com o ambiente. Quando o ar está muito quente, essa troca nem sempre é efetiva”, explica o docente da Unopar.

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ÁGUA E AMBIENTE AREJADO

Para manter a boa saúde dos pets, o veterinário orienta os tutores a ficarem atentos aos ambientes e aos cuidados de hidratação com a ingestão de água. Como muitos animais vivem em apartamentos e ficam, muitas vezes, boa parte do dia sozinhos, a dica deixar os ambientes bem arejados, considerando a mudança de temperatura ao longo do dia.

“Todo mundo conhece a casa que tem e sabe onde é mais fresco. Então, deixe a passagem livre para que o animal tenha acesso a esse espaço. Em locais com ar condicionado, o aparelho pode ficar ligado em torno de 24 graus. Se for usar ventilador, vale lembrar de deixá-lo em locais mais altos, onde o animal não tenha acesso”, diz.

O mercado de produtos para pets está cada vez mais diversificado e um bom recurso para os dias mais quentes podem ser os bebedouros com refrigerador. Assim, o animal sempre terá água fresquinha à disposição.

SORVETE

Outra prática que vem sendo bastante utilizada pelos tutores é o fornecimento de sorvetes. Hoshi diz que não há problemas, desde que sejam específicos para cães. Algumas frutas, como a melancia, banana e laranja também podem ser ofertados, mas com restrição. “As frutas têm açúcares e fibras que, em excesso, podem causar alguns transtornos”, afirma.

PASSEIO

E a rotina em dias mais quentes, precisa ser adaptada? O veterinário recomenda não passear com os animais durante o calor intenso porque o estímulo de exercício no animal vai aumentar ainda mais a temperatura corporal. “Aí entramos na história de que, sem ter troca de calor suficiente, ele pode entrar em um quadro de hipertermia. Além disso, o asfalto muito quente pode queimar as patinhas”, comenta.

Quando o animal se mostrar cansado, o tutor não deve forçar a caminhada, especialmente em animais obesos, que tendem a sofrer mais no calor pelo excesso de camada de gordura, que tem efeito de isolamento térmico.

Banhos também ajudam a aliviar, mas é preciso ficar bastante atento à secagem. A umidade pode desencadear dermatites bacterianas e fúngicas, de acordo com Hoshi. “Já nas clínicas de banho e tosa, vale se certificar que o local tem climatização e ter boas referências dos serviços ofertados. Raças com muitos pelos como, por exemplo, Golden Retriever, Shih-tzu e Yorkshire Terrier, a gente até recomenda a tosa para baixar um pouco o pelo do animal”, diz.

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FELINOS

Os gatos já tomam menos banho comparado aos cães e não são tão adaptáveis à água. De acordo com o veterinário, os felinos têm uma mobilidade melhor que os caninos, pois são seres vivos menores, têm maior liberdade e conseguem buscar ambientes mais frescos.

“Eles também tomam menos água e, por isso, a necessidade de colocar sempre uma fonte de água, ou seja, água em movimento para estimular o consumo. As rações líquidas também são uma boa pedida, já que as rações umedecidas são quase que 70% feitas de água”, indica.

Ainda sobre os gatos, Hoshi cita que eles são mais suscetíveis à alergia na primavera por conta do pólen. É comum apresentarem espirros e dependendo da frequência é importante buscar orientação especializada.

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ALERGIAS NA PRIMAVERA

A médica-veterinária Priscila Rizelo explica que as alergias causadas por poeiras, fungos e pólen em gatos e cães se manifestam por coceiras e irritações de pele. Para amenizar o problema, o tutor deve evitar passeios em locais com uma grande quantidade de flores, para minimizar o contato do animal com o pólen.

Outro agravante desta estação é o aumento da incidência de parasitas externos, como pulgas, carrapatos, moscas e pernilongos. Eles são os responsáveis pela transmissão de doenças que, se não diagnosticadas a tempo, podem ser fatais. "Nesta época do ano, os passeios com os gatos e cães são mais frequentes, por isso, deve-se manter a aplicação do ectoparasiticida em dia", indica a especialista da Royal Canin.

Também deve-se considerar as espécies de plantas e flores que decoram a casa. É preciso saber que algumas espécies de plantas possuem substâncias que são tóxicas para os animais, podendo colocá-los em risco, caso entrem em contato direto com essas plantas ou ingerirem uma parte delas.

As plantas tóxicas mais comuns são lírios, dama da noite, hera, glicínia, espada de são jorge, comigo-ninguém-pode, costela de adão, jiboia, copo de leite, samambaia, violeta, hibisco, avenca, tulipa entre outras. Mas isso não significa que você não pode tê-las em casa, só deve deixar em um local longe do alcance do pet. (Com Royal Canin)

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