Imagem ilustrativa da imagem Aedes aegypti continua ativo no frio
| Foto: Gina Mardones 13/05/2019

Apesar das temperaturas estarem mais amenas nos últimos dias e há a proximidade do inverno, que começa em 21 de junho, a atenção ao mosquito Aedes aegypti precisa continuar. O transmissor da dengue, zika e chikungunya encontra nos meses quentes período de fácil reprodução, em razão das chuvas abundantes, umidade e calor, porém a propagação acontece durante todo o ano, inclusive no frio, com o vírus circulando normalmente

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“Se tiver uma temperatura menor que dez graus e que se mantenha 24 horas, esta temperatura em si vai causar a mortalidade dos mosquitos adultos do Aedes aegypti. As larvas e as pupas, que são as fases imaturas, até podem morrer também, entretanto não vai ter ação nenhuma sobre o ovo, que é uma forma de resistência do vetor. A passagem do ovo a mosquito adulto leva cerca de cinco dias em temperatura ideal. Com o frio isso passa a ser mais prolongado, em torno de 15 dias”, explica Sônia Fernandes, diretora de Vigilância em Saúde de Londrina.

Os ovos do mosquito medem cerca de 0,4 milímetro e aproximadamente 15h após a postura já são capazes de resistir a longos intervalos de tempo de ressecamento, podendo ficar até 450 dias no seco. “Com isso ele permanece viável para eclodir até chegar novamente a época de primavera e verão”, adverte. “Por isso não basta apenas não manter água parada, mas sim lavar recipientes, porque é a única forma de eliminar completamente os ovos”, recomenda.

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Fernandes ressalta que os períodos mais frios devem ser encarados como oportunidade para tomar medidas preventivas contra a dengue. “A partir de agora conseguimos uma chance de diminuição da transmissão, pois quase não tem mosquito adulto e a fase de desenvolvimento demora mais, porém se o cuidado é interrompido, vão continuar na natureza. Nós mantemos as vistorias e as recomendações.”

NOVO LIRAa



Até o último balanço epidemiológico, de 16 de maio, Londrina tinha contabilizado 958 pessoas com dengue e 4.369 casos em investigação. Seis pessoas morreram na cidade somente neste ano em decorrência da doença. O novo boletim será informado nesta terça-feira (28), com dados capitaneados no segundo Liraa (Levantamento Rápido de Infestação do Aedes aegypti) de 2019. “Os números mostram que 60% ou mais dos focos continuam dentro dos imóveis”, lamenta. Mais de dez mil residências foram inspecionadas nas últimas semanas.

A diretora de Vigilância em Saúde classifica a atuação da população como o maior desafio para evitar a procriação do Aedes aegypti. “As pessoas acabam criando o mosquito, mantendo um comportamento que chega a ser nocivo, mesmo com ampla divulgação”, observa. No Paraná são 8.158 casos confirmados da doença desde setembro do ano passado, com 35 município em situação de epidemia.

ORIENTAÇÕES



A dengue tem como sintomas “clássicos” febre alta com início súbito, dor de cabela e atrás dos olhos, perda do paladar e apetite, tonturas, vômitos e manchas avermelhadas na pele, entre outros. São sinais de alerta da doença dores abdominais fortes e contínuas, sangramento pelo nariz, boca e gengivas, sede excessiva e dificuldade respiratória. O tratamento é baseado em hidratação e medicação sintomática e devidamente indicada por um médico.

A prevenção está, principalmente, em evitar água parada, descartando corretamente garrafas, não deixando água acumulada em lajes, tampando ralos com telas ou vedando, mantendo piscinas e vasilhas para animais limpas, assim como o coletor de água da geladeira e ar-condicionado, colocando areia nos vasos de plantas e evitando manter pneus sem proteção.