“É relevante destacar a necessidade de investimentos em segurança da informação, especialmente com o advento do open banking", afirma Rambalducci, mediador do próximo Rodadas de Conteúdos
“É relevante destacar a necessidade de investimentos em segurança da informação, especialmente com o advento do open banking", afirma Rambalducci, mediador do próximo Rodadas de Conteúdos | Foto: iStock

O Grupo FOLHA promove, na próxima quarta-feira (15), o quarto debate do Rodadas de Conteúdos. Desta vez, o tema em questão será a inovação no mercado financeiro, com foco no futuro das relações financeiras.

A mediação ficará a cargo do economista Marcos Rambalducci, professor da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) e colunista da FOLHA.

O mediador lembra que as mudanças trazidas pela tecnologia e pelas novas regulamentações são de tal ordem que precisam ser discutidas e divulgadas, sob o risco de abrir um fosso entre aqueles que estão inseridos no sistema e os que ainda não assimilaram as facilidades e procedimentos oferecidos pelo setor bancário atualmente.

“Não levar essa discussão ao público significa potencializar a segregação entre pobres e ricos, entre `bancarizados´ e `não-bancarizados´”, defende.

Segundo o economista, o primeiro movimento muito visível é a redução dos custos dos serviços bancários e as facilidades de acesso aos sistemas sem que haja a necessidade de deslocamento físico até uma agência.

“Isso já vinha acontecendo, mas se acelerou com a entrada das fintechs. Mas caminhamos também para o fim da moeda em papel e para a possibilidade de ter saldos em outras moedas e movimentação de contas fora do território nacional, com a mesma conta local”, enumera.

O economista acrescenta que o modelo de open banking também se soma a essas inovações, permitindo uma maior disputa pelo cliente, com redução dos custos e oferta de maiores facilidades e serviços.

“É relevante destacar a necessidade de investimentos em segurança da informação, especialmente com o advento do open banking, que vai permitir várias instituições terem acesso às informações de indivíduos e empresas, o que pode induzir à violação de privacidade e excessos na abordagem para capturar novos clientes”, pontua.

Os painelistas do quarto debate do Rodadas de Conteúdos serão Flavia Jabur, jornalista e produtora de conteúdo da BitcoinTrade; Roberto Rodrigues, gerente de captação na Sicredi União PR-SP; e Marilize Ferrazza, diretora da Rede Paraná do Santander Brasil.

MOEDA DIGITAL

A jornalista e produtora de conteúdo da BitcoinTrade, Flávia Jabur, destaca que as criptomoedas fazem parte da revolução financeira. “Apesar de muitas pessoas ainda não terem se aberto a esse mercado, por ser relativamente novo e por parecer muito complexo, cada vez mais os olhares estão se voltando para as moedas virtuais”, pontua.

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Um dos grandes diferenciais desse mercado é que as criptomoedas não dependem de governos para funcionar. Além disso, utilizam uma tecnologia conhecida como blockchain, que garante a segurança e a transparência de suas transações, proporcionando que cada pessoa tenha total controle do seu dinheiro.

O blockchain é como um livro contábil, totalmente transparente e seguro, no qual todas as informações ficam registradas de forma pública e auditável.

“Hoje, grandes empresas, como Tesla, MicroStrategy, Mercado Livre e Grayscale, além de diversos empresários, já têm consciência sobre isso, visto que possuem criptoativos em suas carteiras como reserva de valor, para se protegerem do reflexo da economia de alguns países”, pontuou.

A jornalista acrescenta que as criptomoedas podem ser utilizadas tanto para a compra de bens e serviços, como para reserva de valor. “Além disso, uma das principais características das criptomoedas é o uso da criptografia.”

Em 2019, um estudo realizado pela Associação Brasileira de Criptoeconomia revelou que cerca de 2 milhões de brasileiros investiam em criptomoedas.

“Levando em consideração esses dados e observando o aumento do interesse das pessoas em relação a esse mercado desde o início da pandemia, quando muitos investidores resolveram sair da renda fixa e ir para a renda variável, acredito que hoje esse número é ainda maior”, conclui.

PÚBLICO JOVEM

O gerente de captação na Sicredi União PR-SP, Roberto Rodrigues, um dos painelistas do Rodadas de Conteúdos, destaca o avanço no mercado de meios de pagamento e dos bancos digitais, o que facilitou o acesso das pessoas a uma conta corrente e ao cartão de crédito.

“Mais recentemente houve o PIX, outra inovação em meios de pagamento. E o open banking vem aí, contribuindo bastante para que os clientes e as instituições possam comparar suas condições de preços, de produtos e serviços atuais com outras instituições.”

De modo geral, Rodrigues aponta grande agressividade das instituições credenciadoras de meios de pagamento, de maquininhas de cartão, e isso levou o cliente a entender um pouco mais sobre o tema, principalmente em termos de custos para utilização desse serviço. “Mudou o nível de conhecimento dos clientes e talvez o perfil de exigência.”

Outra mudança recente refere-se às plataformas e às corretoras de investimento, que tiveram um avanço nos últimos anos.

“As pessoas estão buscando mais informações sobre investimentos. Alguns dados recentes da Anbima [Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais] reforçam isso.”

Segundo ele, isso fez com que todas as instituições financeiras investissem mais em seus times e em produtos para oferecer um serviço de consultoria e melhores opções de investimentos.

“Por outro lado, criou-se uma ansiedade no investidor com relação à rentabilidade. Muita gente procurando sempre mais e mais rendimento, mas nem sempre o maior rendimento é o rendimento mais adequado para o perfil de cada investidor, já que alguns toleram mais risco e outros nem tanto.”

Ele destaca que hoje está havendo uma disputa cada vez mais acirrada pelos clientes mais rentáveis. “Quando olhamos para o público `desbancarizado´, por exemplo, não existe uma estratégia deliberada por parte das fintechs ou dos bancos digitais para atender especificamente esse público.”

Segundo Rodrigues, um dos desafios para todas as instituições é entender que hoje vivemos um momento de transição geracional, com diferentes gerações que têm perspectivas, aspirações e maneiras de lidar com as finanças de forma diferente.

“Metade da quantidade de CPFs negociando na Bolsa de Valores é de jovens. Os mais jovens que estão entrando no mercado agora estão chegando com uma visão completamente diferente da dos seus pais. Esse é um grande desafio: como continuar se reinventando para atender um público cada vez mais exigente e que pensa muito diferente”, conclui.

Confira cobertura das etapas anteriores do projeto Rodadas de Conteúdos

Banco tem 90% das transações em modalidade digital

Marilize Ferrazza, diretora da Rede Paraná do Santander Brasil, uma das participantes do Rodadas de Conteúdo, destaca que 90% das transações realizadas hoje no banco ocorrem em alguma modalidade digital, seja pelo app ou pela internet banking. Ao todo, o banco atende cerca de 800 mil clientes no território paranaense.

“Estamos investindo em Inteligência Artificial dentro dos aplicativos, de maneira que os clientes possam fazer o autoatendimento”, destaca.

Hoje, os clientes podem fazer abertura de contas de maneira 100% digital. Além disso, empresas menores conseguem assinar abertura de contas e contratos até determinado valor sem precisar ir à agência.

O banco tem criado plataformas digitais, como a Sim, fintech de empréstimo pessoal totalmente digital.

Para enfrentar o cenário com taxas de juros mais baixas e inflação elevada, em que investidores procuram opções com maior rentabilidade, o Santander criou, em fevereiro deste ano, o serviço ALGO+, que automatiza o rebalanceamento mensal que a Santander Corretora promove em suas carteiras recomendadas de ações. Essas recomendações, por sua vez, são feitas por uma equipe de especialistas.

“Esse serviço é apropriado para quem está em busca de diversificação nos investimentos em renda variável, mas não possui tempo para realizar as mudanças manualmente”, explica.

A diretora citou ainda a aceleração do uso da plataforma Getnet, de maneira que o comerciante opta por receber o link e, com isso, já pode receber dos clientes pagamentos, seja por cartão físico ou virtual.

Dados de maio deste ano mostram que a Getnet registrou crescimento de 434% em um ano da sua loja virtual, que permite que qualquer empreendedor crie seu próprio e-commerce.

FUTURO

Ao todo, as Rodadas de Conteúdos realizarão seis encontros com os principais empresários, especialistas e formadores de opinião debatendo o futuro da nossa região.

Os debates pretendem trazer rico conteúdo, sempre com transmissão ao vivo pelas redes sociais da FOLHA e pelo YouTube, a partir das 19h. A programação se estende até novembro.

Serviço

Tema: Inovação no mercado financeiro – o futuro das relações financeiras

Mediador: economista Marcos Rambalducci, professor da UTFPR e colunista da FOLHA

Painelistas

- Flávia Jabur, jornalista especializada em moeda digital

- Roberto Rodrigues, gerente de captação na Sicredi União PR-SP

- Marilize Ferrazza, diretora da Rede Paraná do Santander Brasil

Data: 15/09/2021

Horário: 19h

As inscrições para o Rodadas de Conteúdo são gratuitas e podem ser feitas acessando o site: https://assinatura.folhadelondrina.com.br/rodadas-de-conteudo

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