O servidor Paulo Basoli, que atua na Divisão de Projetos e Iniciação Extensionista da Proex ( Pró-reitoria de Extensão, Cultura e Sociedade) da UEL (Universidade Estadual de Londrina), trabalha na instituição antes mesmo de ela ser reconhecida como universidade. O registro em carteira é de 1º de agosto de 1971 e a universidade só foi reconhecida no dia 7 de outubro do mesmo ano. Do alto de seus 65 anos de idade, ele relata que começou a trabalhar na UEL quando ainda era uma fundação e ressalta que continua na ativa.

Paulo Basoli: "Já visitei todas as outras sete universidades estaduais do Paraná e posso dizer que não existe nenhuma mais bela do que a nossa UEL"
Paulo Basoli: "Já visitei todas as outras sete universidades estaduais do Paraná e posso dizer que não existe nenhuma mais bela do que a nossa UEL" | Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

“É o único registro que eu tenho em minha carteira de trabalho.” E lá se vão 50 anos desde que ele começou a trabalhar como office boy no antigo endereço do Hospital Universitário, na rua Pernambuco (área central). “Eu atuava muito junto à superintendência do hospital. O diretor era o doutor Humberto de Moraes Novaes e o administrador era o doutor Lúcio Tedesco Marchese. E a secretária administrativa era a Rita de Cássia Ferreira Leite, que posteriormente se tornou professora na UEL”, lembra.

Outra lembrança da época que remete também à UEL é quando levava a marmita para o pai, que trabalhava no Centro de Ciências Biológicas. "Eu ficava na rua Goiás e quem me dava carona muitas vezes era o professor José Carlos Pinotti.”

Ele relata que nessa época a reitoria ficava na rua Alagoas, onde atualmente é o Ipolon (Instituto Politécnico de Londrina). “Era de lá que o doutor Ascêncio Garcia Lopes, primeiro reitor da UEL, despachava”, acrescentando que as coordenadorias dos cursos já ficavam onde hoje é o campus universitário. “Eu precisava muito ir para o campus porque tinha que levar os processos lá no protocolo da universidade. E na época pegava carona com a ambulância ou eu ia de ônibus, mas havia poucas linhas que atendiam o campus. O trajeto ainda não tinha asfalto e precisava passar inclusive por chácaras", detalha, dizendo que ficou na função de office boy por cerca de dois anos.

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CONCURSO

Após esse período ele fez um concurso para o cargo de mecanógrafo, que consertava os mimeógrafos. “Eu acho que fui para o campus com 16 ou 17 anos.” Na sequência passou em outro concurso, desta vez para escriturário e, nessa trajetória, a UEL também foi o local em que ele cursou administração de empresas. “Eu tive oportunidade como aluno de experimentar essas estruturas."

Como servidor, ele acompanhou a construção de vários ícones da universidade. “Eu vi a construção de vários centros, do Cesa, da Biblioteca Central, e todos com aquela arquitetura padrão da universidade. Todo esse progresso de infraestrutura da instituição é muito bonito de ver.” Logo em seguida passou em outro concurso para técnico administrativo, função que ocupa até hoje.

'A MAIS BELA'

“Já visitei todas as outras sete universidades estaduais do Paraná e posso dizer que não existe nenhuma mais bela do que a nossa UEL. Ela é muito ampla e o fluxo no Calçadão é bastante intenso. Os alunos andando por aquele Calçadão representam como se fosse o sangue circulando nas veias da instituição. Aquilo tem vida própria e é muito bonito”, destacou.

Ele confessou que houve momentos em que achou que a UEL deixaria de existir. “No começo da UEL os aportes eram grandes, havia muito investimento. Mas a gestão dos governos estaduais atrapalhou bastante e a universidade passou por sérios problemas financeiros, inclusive com possibilidade de fechamento", afirma. "Com o passar do tempo começou a enxugar o quadro de servidores, principalmente os docentes e técnicos. Ao mesmo tempo houve um recrudescimento orçamentário da instituição. A gente, que viu todo aquele investimento inicial tão bonito e tão importante no começo, depois de um tempo começou a se sucatear e a perder a manutenção de equipamentos e serviço de pessoal. A universidade perdeu bastante."

DAQUI A 50 ANOS

Questionado como ele quer ver a UEL daqui a 50 anos, ele projetou que se o Estado estabelecesse um percentual fixo do ICMS para destinar às universidades ela poderia cumprir a sua missão institucional. “Eu acho que esse é o primeiro aspecto, de cumprir esse papel e essa missão para a qual ela foi criada e depois disso eu entendo que a universidade deveria ter os seus quadros docentes mais qualificados novamente restituídos e preferencialmente a maioria deveria ser de professores efetivos, porque eles de certa forma tem um papel de maior dedicação com a instituição.”

Ele acha que acompanhando esse sistema, para dar certo é preciso uma boa estrutura de servidores técnicos em todas as áreas operacionais, do intermediário ao nível superior, para dar suporte a todas as atividades acadêmicas da universidade. "Com isso, quem vai ganhar é o profissional que vai entrar e o futuro profissional que se formar evidentemente vai se destacar muito. O município também vai ganhar muito para essa geração de pesquisa, de ciência e tecnologia de inovação, que hoje está sendo considerada a quarta dimensão da universidade, que é a inovação.”

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