O ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) anunciou nesta terça-feira (14) em Curitiba que concorrerá no Paraná nas eleições de outubro, mas não revelou o cargo. Depois de ter o pedido de transferência de domicílio eleitoral para São Paulo negado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do estado vizinho, Moro deixou em aberto a possibilidade de concorrer a deputado federal ou senador pelo Paraná. A mulher dele, Rosângela Moro, deverá ser candidata a deputada federal por São Paulo.

CURITIBA,PR,14.06.2022:SÉRGIO-MORO-COLETIVA-IMPRENSA - O ex-juiz Sergio Moro (União Brasil), concede entrevista coletiva, na manhã desta terça-feira (14), em Curitiba (PR). (Foto: Cassiano Rosário/Futura Press/Folhapress)
CURITIBA,PR,14.06.2022:SÉRGIO-MORO-COLETIVA-IMPRENSA - O ex-juiz Sergio Moro (União Brasil), concede entrevista coletiva, na manhã desta terça-feira (14), em Curitiba (PR). (Foto: Cassiano Rosário/Futura Press/Folhapress) | Foto: Cassiano Rosário/Futura Press/Folhapress

“A gente gosta de um suspense. Vamos esperar as convenções para decidir. Vai ser uma decisão minha e do União Brasil. E principalmente da população paranaense, a gente quer ouvir a população paranaense, quero circular pelo estado, por todas as cidades, para a gente ouvir os problemas das pessoas”, disse Moro.

Questionado sobre a possibilidade de concorrer ao Senado e enfrentar o senador Alvaro Dias, responsável por sua filiação ao Podemos (Moro deixou o partido em março para se filiar ao União Brasil), o ex-juiz desconversou. “Acho prematuro fazer qualquer juízo de valor em relação ao senador Alvaro Dias. Não defini a que vou concorrer e tampouco ele. Eu teria algumas queixas (em relação ao Podemos), mas não gostaria de externar essas queixas”.

Depois de ter seu domicílio eleitoral negado em São Paulo, Moro poderá enfrentar o mesmo processo no Paraná. Uma filiada ao União Brasil no estado protocolou um documento no partido em que afirma que o ex-juiz não tem condições legais de sair candidato, por ter se filiado ao diretório de São Paulo.

“É de uma filiada, a gente respeita, mas não conhece. Não é uma pessoa que tem uma vida ativa no partido”, disse o deputado federal Felipe Francischini, presidente do União Brasil no Paraná. “A gente fez uma análise prévia e não tem fundamento algum. Tenho certeza de que a filiação no Paraná não terá problema algum”. Moro classificou o pedido como uma “bobagem” e uma “tentativa de tapetão”.

Também estiveram presentes na coletiva Rosângela Moro, o presidente nacional do União Brasil e pré-candidato à Presidência Luciano Bivar, a senadora Soraya Thronicke.(MS) e os deputados federais Ney Leprevost (PR) e Júnior Bozzella (SP).

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Amazônia e Funai

Sergio Moro era ministro da Justiça quando o indigenista Bruno Pereira, desaparecido na Amazônia com o jornalista inglês Dom Phillips, foi exonerado da Funai. O órgão passou a ser subordinado ao Ministério da Justiça no governo de Jair Bolsonaro. Depois da exoneração, Pereira passou a trabalhar com uma entidade de defesa das populações indígenas. Moro negou ter responsabilidade na demissão e não comentou sobre seu suposto papel no desmonte da Funai.

“Eu era ministro da Justiça e a Funai era um dos órgãos vinculados. Essa decisão (exoneração) não passou por mim e na época eu não tive conhecimento. Não tenho nenhuma responsabilidade em relação a isso”, afirmou. “Existe uma preocupação com o crescimento do crime organizado na região amazônica, responsável não só pelo tráfico de drogas, mas muitas vezes pela destruição da floresta”.

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