A polêmica do voto impresso foi derrotada em votação na Câmara dos Deputados mas deixou um debate como rescaldo na sociedade sobre o processo eleitoral. Perdemos um importante tempo neste assunto, mas as dúvidas permaneceram em muitas pessoas.

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| Foto: Isaac Fontana/FramePhoto/Folhapress

Serviu para que o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Roberto Barroso, se antecipasse com o anúncio de medidas para ampliar a transparência na votação e apuração das próximas eleições. Destaque-se que as urnas eletrônicas foram adotadas há 25 anos, sem nem uma denúncia comprovada de fraude. O próprio PSDB que contestou a derrota de Aécio Neves, que se absteve sobre o voto impresso, reconheceu a lisura na apuração das eleições de 2014.

São três novas medidas de segurança, a começar pela a abertura da tecnologia de código-fonte (sistema de símbolos que codifica o programa) das urnas para os partidos um ano antes da eleição. Antes eram seis meses, e os partidos sequer se interessavam por acompanhar o processo.

As outras são a ampliação do número de urnas, de 100 para no mínimo 300, que passarão pelo teste de integridade, que é uma auditoria na véspera da eleição; e uma comissão externa de integrantes da sociedade civil e instituições para acompanhamento do processo.

Enquanto temos que nos preocupar em avançar na vacinação contra a Covid-19 e nas formas de tratamento da doença, somos obrigados a enfrentar as confusões implementadas pelo governo federal cada vez que as investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre as irregularidades na compra de vacinas chegam próximas a seus parceiros.

Como se o Brasil já não tivesse problemas demais para enfrentar, como o aumento constante do preço dos alimentos, remédios, pedágios e combustíveis, que desencadeiam outras sérias de alta nos produtos e serviços; demora na cobertura vacinal; fechamento de postos de trabalho; lentidão no retorno do desenvolvimento econômico, por exemplo.

E ainda precisamos lembrar que em ano de eleição tudo para em função da campanha e dos limites impostos pela legislação eleitoral. Teremos tempos difíceis pela frente e com poucas vozes que nos representem num cenário em que o poder econômico se sobrepõe aos interesses de cada cidadão e cidadã. Nunca o nosso voto foi tão importante para garantir a democracia e a dignidade para o povo brasileiro

Odarlone Orente, médico de Família e Comunidade, Apucarana

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