SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Levantamento da consultoria PwC com executivos brasileiros do varejo indica que 66% deles vê a instabilidade macroeconômica do país como principal ameaça para suas empresas em 2022. Entre os executivos de todos os setores, a preocupação com a economia no ano eleitoral também é a principal (69%).

Para os executivos do setor, a instabilidade da economia poderá diminuir a capacidade da empresa de vender (81%) e desenvolver produtos (42%), além de dificultar a busca por levantar capital (39%), atrair e reter talentos (39%) e inovar (39%).

Os riscos cibernéticos são a segunda maior ameaça aos negócios segundo os empresários da indústria de consumo ouvidos (47%), seguidos pelas mudanças climáticas (39%), desigualdade social (34%), riscos a saúde (26%) e conflitos geopolíticos (16%).

A 25ª edição da pesquisa CEO Survey ouviu 4.446 executivos, dos quais 154 são brasileiros e 38 do setor de varejo, entre outubro e novembro. Cerca de 66% das organizações representadas são de capital fechado e a maioria (56%) tem receita maior que US$ 100 milhões.

Apesar do temor com a instabilidade do país em 2022, 63% dos executivos do varejo afirmaram esperar aceleração no crescimento do país neste ano, ante 11% que esperam estabilidade no crescimento e 26% que antecipam cenário de desaceleração da economia.

Cerca de 68% dos respondentes também declararam-se "extremamente ou muito confiantes" de que sua receita aumentará nos próximos 12 meses, e 74% de que o mesmo acontecerá nos próximos três anos.

Para Carlos Coutinho, sócio da PwC, a perspectiva positiva é reflexo do aprendizado acumulado nos dois primeiros anos de pandemia. "Agora, olham para trás e veem que o crescimento econômico em 2021 foi aquém do esperado, mas as empresas estão mais preparadas para enfrentar a crise, e o cenário [da pandemia] é outro, com a vacinação", afirma.

O maior otimismo está no crescimento global: 82% dos executivos da área preveem crescimento da economia mundial e apenas 13% apostam na desaceleração das economias.