SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Após mais de dois em obras, o vale do Anhangabaú, na região central de São Paulo, vai ser reaberto ao público no próximo dia 6 de dezembro, uma segunda-feira. A afirmação foi feita na manhã desta quarta (17) pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB), em entrevista à rádio CBN.

A reabertura irá ocorrer no dia 6, segundo ele, porque nesta data a empresa que ganhou a concessão do local irá assumir a gestão do vale do Anhangabaú. "Eles vão fazer dez atividades culturais por dia, toda a limpeza, segurança e a exploração dos quiosques na área", afirmou.

As obras do projeto de revitalização do vale do Anhangabaú começaram em junho de 2019, com finalização prevista, inicialmente, para junho de 2020. Após sete adiamentos, o espaço foi reinaugurado em 25 de julho, um domingo, quando a cidade atingiu a marca de 80% da população vacinada contra a Covid-19. Depois seguiu fechado com tapumes, mesmo aos fins de semana.

Segundo a gestão Ricardo Nunes (MDB), o projeto custou R$ 105, 6 milhões. "Deste total, R$ 93,8 milhões correspondem ao valor do contrato e um aditivo, necessário para adequar o projeto básico da obra, feito pela gestão encerrada em 2016, ao projeto executivo, que detalha todas as etapas da obra. Os outros R$ 11,8 milhões correspondem ao reajuste previsto no contrato, com base na lei das licitações, para os casos de obras com duração superior a 12 meses", afirmou a prefeitura, em nota, na época reinauguração de 25 de julho.

Em julho deste ano, a prefeitura fechou contrato no valor de R$ 49 milhões com a concessionária "Viva o Vale", liderado pela empresa Urbancom. O documento tem duração de dez anos e contempla a gestão, manutenção, preservação e ativação sociocultural de toda a área.

Recentemente, o Tribunal de Contas do Município de São Paulo constatou irregularidades em um contrato de mais de R$ 1,2 milhão entre a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras e a SPTuris para manutenção do local após a revitalização.

Segundo o relatório preliminar feito pelos auditores do TCM, o contrato assinado de prestação de serviços de suporte logístico na instalação de gradis, limpeza, estruturação de operação dos quiosques e área da pista de skate já traz irregularidade logo na base por se tratar de uma contratação direta por dispensa de licitação sem explicação do motivo pelo qual a licitação não foi realizada.

Na entrevista desta manhã, Nunes disse que pediu para que os apontamentos do TCM sejam apurados. Na época da divulgação do relatório, a secretaria disse que que o contrato em questão não representou qualquer prejuízo aos cofres públicos e disse que os serviços foram contratados porque "não estavam previstos no contrato de execução das obras de requalificação do espaço".

O Agora esteve no local no dia 5 de novembro e verificou que apenas a área para o uso de skatistas está aberta. Quiosques, banheiros e fraldários continuam fechados.

A reportagem constatou que os quiosques, mesmo fechados, estavam sujos. As fontes também não funcionavam e os canteiros apresentavam vegetação alta. Pessoas que moram ou trabalham na região reclamaram do medo da violência.