<p>BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Trabalhadores da educação básica e superior devem ser vacinados contra a Covid-19 de junho a setembro, de acordo com estimativa da coordenadora do PNI (Programa Nacional de Imunizações), Francieli Fantinato.

</p><p>Ela participou na manhã desta sexta (30) de audiência pública da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados. Também falaram representantes da educação e o prefeito de Fortaleza, Sarto Nogueira (PDT). O tema debatido foi "Vacinação de profissionais da educação e estudantes da rede pública".

</p><p>Fantinato afirmou que o país deve estar em uma situação mais confortável de vacinas no terceiro trimestre. "Então esses 3,4 milhões de trabalhadores da educação provavelmente em junho já serão atendidos", afirmou.

</p><p>Para os profissionais imunizados com a Coronavac, a primeira dose deve ser aplicada em junho e a segunda, no mês seguinte. Se a imunização for com a vacina AstraZeneca, que possui um intervalo de 84 dias entre as duas doses, a conclusão do processo deve se dar em setembro.

</p><p>A coordenadora lembrou, porém, que se trata de uma previsão. "Porque a gente depende da entrega do produtor", destacou. "Pode haver variáveis que estão sendo monitoradas pela secretaria executiva do ministério que podem estar trazendo atrasos ou não nesse cronograma, e essas variáveis estão sendo trabalhadas para que esses cronogramas sejam cumpridos."

</p><p>Autor do requerimento para realização da audiência pública, o deputado Rogério Correia (PT-MG) afirmou que o cronograma deve ser levado em consideração para o retorno às aulas presenciais.

</p><p>"Todos foram unânimes em dizer que tem que esperar a vacinação dos trabalhadores da educação para o retorno às aulas, é um critério sine qua non [indispensável]. E é preciso respeitar as autonomias de estados e municípios", disse, defendendo outras premissas para proteção dos estudantes, como distanciamento social, higienização e trabalho híbrido, com aulas presenciais e virtuais.

</p><p>Ele criticou o projeto, aprovado na Câmara e atualmente na pauta do Senado, que considera aulas presenciais de educação básica e superior como serviços e atividades essenciais, inclusive durante a pandemia, e que cria diretrizes para o retorno às escolas.

</p><p>O projeto diz que educação básica e superior, da rede pública ou privada de ensino, em formato presencial são reconhecidas como serviços e atividades essenciais, inclusive durante pandemia, emergência e calamidade pública.

</p><p>Além disso, proíbe a suspensão das atividades educacionais em formato presencial, exceto quando as condições sanitárias de estados e municípios não permitirem, em situação que deverá estar fundamentada em critérios técnicos e científicos. Nesse caso, a decisão deverá constar em ato do chefe do Executivo estadual ou municipal.

</p><p>Durante a pandemia de Covid-19, estados e municípios decidiram suspender aulas presenciais para diminuir a disseminação do vírus. Para a oposição, o projeto é uma maneira de forçar governadores e prefeitos a retomarem as aulas nessa modalidade, mesmo em caso de agravamento da crise sanitária.

</p><p>"Não pode haver uma imposição nacional de retorno às aulas, como, no final das contas, é esse projeto. Por isso, nossa orientação ao Senado para que ou rejeite, ou faça essas modificações."

</p><p>Vitor de Angelo, presidente do Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação), defendeu a retomada segura das aulas.

</p><p>"Não temos vacinas suficientes para este momento, de modo que pudéssemos vacinar ou já ter, quem sabe, vacinado este grupo de profissionais da educação para voltar às aulas o quanto antes. E quando eu digo o quanto antes era no início deste ano letivo", disse.

</p><p>Ele ressaltou que a conclusão da vacinação para trabalhadores da educação só ocorrerá no nono mês do segundo ano da pandemia. "Então nós já presumimos que as escolas ficarão fechadas por um ano e meio. O que é muito tempo, sob qualquer ponto de vista: pedagógico, psicológico, administrativo", criticou. "Teremos que recuperar esse prejuízo depois."</p>