SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disse hoje, em coletiva de imprensa em Versalhes, na França, que a Europa precisa se libertar da dependência do petróleo e gás da Rússia. Países europeus já suspenderam a importação como sanção a Vladimir Putin pela invasão à Ucrânia.

"A questão da dependência é muito grande, temos uma dependência muito grande da Rússia e queremos nos libertar. Então vamos trabalhar na linha com nossos objetivos, interesses. Para o próximo inverno já precisamos ter um plano."

Michel concedeu entrevista ao lado da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do presidente da França, Emmannuel Macron. Após dois dias de cúpula, eles informaram que ainda hoje serão anunciadas novas sanções à Rússia.

"Esperamos que as sanções interrompam o ataque russo nas próximas semanas e meses. Queremos um cessar-fogo e retirada das tropas russas. Trabalharemos para reconstruir o que a Rússia destruiu", disse Macron.

Ursula explicou que a ideia da União é investir em energias renováveis para, aos poucos, se distanciar do petróleo e gás russo. "É um investimento estratégico em nossa segurança e independência. Trata-se de um plano para diversificar suprimentos e buscar fontes renováveis. Iremos propor diminuir nossa dependência do gás e petróleo russos até 2027, usando recursos disponíveis na Europa."

Entrada da Ucrânia na União Europeia

Durante a cúpula, as lideranças também discutiram o pedido da Ucrânia para ingressar na União Europeia. "Queremos deixar claro aos amigos ucranianos que, claro, são membros da família europeia. Estamos ao lado da Ucrânia e vamos nos mobilizar com velocidade para auxiliar a população da Ucrânia e estamos aqui para apoiar a escolha dos ucranianos", disse Charles Michel.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, assinou em fevereiro um pedido para que o país faça parte da União Europeia. A informação foi divulgada pelo canal verificado do governo no Telegram.

"A Ucrânia demonstrou que pertence e merece a União Europeia", afirmou o presidente da França. Porém, Macron pondera: "há uma guerra, mas não estamos em guerra contra a Rússia. Não temos resposta bélica."

Sanções excluíram bancos do Swift

Os 27 membros da União Europeia (UE) ampliaram na quarta-feira (9) suas sanções contra Rússia e Belarus após a invasão da Ucrânia, incluindo a exclusão de três bancos bielorrussos da plataforma financeira internacional Swift —anunciou a presidência francesa do Conselho da UE.

Representantes dos Estados-membros reunidos em Bruxelas também adotaram novas sanções dirigidas ao setor marítimo e às criptomoedas, além de acrescentar líderes e oligarcas russos à sua lista negativa, tuitou a Presidência francesa.

O anúncio se somou aos três pacotes de sanções anteriores anunciados desde que a Rússia reconheceu as regiões separatistas de Donetsk e Lugansk como repúblicas independentes e que se acentuaram após o início dos ataques russos na Ucrânia em 24 de fevereiro.