SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, acusou nesta quarta-feira (23) os militares russos de "se esconderem por trás de uniformes de separatistas" para entrar no território de Donbass, onde ficam as regiões de Donetsk e Lugansk. Os dois locais foram reconhecidos na segunda (21) pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, como repúblicas autônomas.

"Ainda não é um ato de agressão à Ucrânia e sua soberania, mas a presença de militares russos nos territórios de Donbass está sendo escondida por trás de uniformes de separatistas", afirmou o presidente ucraniano.

Segundo Zelensky, a situação representa uma violação do acordo de Minsk, firmado em 2014 com o objetivo de implantar um cessar-fogo após a Rússia anexar a península da Crimeia. A Ucrânia alega que os russos nunca cumpriram o que foi acordado. "A resposta a isso deve ser decisiva, imediata e dura", afirmou Zelensky.

As declarações foram dadas em Kiev pelo presidente ucraniano durante pronunciamento ao lado de seus homólogos da Polônia, Andrzej Duda, e da Lituânia, Gitanas Nauseda.

Zelensky ainda afirmou que o "futuro da segurança europeia" é decidido atualmente na Ucrânia, onde se teme uma invasão russa iminente, e agradeceu às sanções impostas contra a Rússia pelo União Europeia, os Estados Unidos, o Reino Unido e o Canadá.

Ainda durante o pronunciamento, o presidente ucraniano pediu garantias de segurança da Rússia como um passo para acabar com o impasse entre os dois países. "Creio que a Rússia deve estar entre os países que oferecem garantias claras de segurança. Já sugeri muitas vezes que o presidente da Rússia se sentasse à mesa das negociações e falasse", disse ele.