SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Turquia disse neste domingo (20) que Rússia e Ucrânia conseguiram avançar nas negociações para conter a invasão e que as duas partes estão "perto de um acordo".

"Claro que não é fácil chegar a um acordo quando há uma guerra em curso, quando civis estão sendo mortos, mas nós gostaríamos de dizer que há avanços", disse o chanceler turco, Mevlut Cavusoglu, durante pronunciamento na cidade turca de Antalya. "Vemos que as parte estão perto de um acordo."

Cavusoglu visitou Rússia e Ucrânia na última semana, uma vez que a Turquia mantém laços próximos com os dois países e vem se posicionando como mediadora.

Cavusoglu destacou que Ancara estava em contato com os grupos que negociavam pelos países, mas não quis dar detalhes das conversas. "Desempenhamos um papel honesto de mediador e facilitador", disse.

Em entrevista ao jornal turco Hurriyet, o porta-voz do governo turco Ibrahim Kalin indicou que os países estavam negociando seis pontos: a neutralidade da Ucrânia, o desarmamento e as garantias de segurança, a chamada "desnazificação", o fim de obstáculos para o uso do idioma russo na Ucrânia, a situação da região separatista do Donbass e a península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, tem pedido repetidamente por conversas "significativas" para chegar a um acordo de paz que ponha fim à invasão. Em entrevista à CNN neste domingo, Zelenski disse que está "pronto para negociações" com o presidente russo, Vladimir Putin, mas alertou que, se o diálogo fracassar, "isso significaria a Terceira Guerra Mundial".

"Eu estive pronto nos dois últimos anos. Acho que, sem negociações, não podemos encerrar essa guerra", afirmou Zelenski.

O líder ucraniano declarou estar disposto a "qualquer formato" de conversa com Putin, mas reafirmou seus pontos para negociar: "O fim da guerra, garantias de segurança, soberania, restauração da integridade territorial, real garantias para nosso país".

Nesta semana, Zelenski afirmou que chegou a "hora de conversar". "Chegou a hora de restaurar a integridade territorial e a justiça para a Ucrânia. Caso contrário, as perdas russas serão tantas que serão necessárias várias gerações para se recuperar." Segundo ele, a Ucrânia "sempre ofereceu soluções para a paz".