SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Embora a falta de um porta-voz econômico para a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva chame a atenção do mercado, é na área externa que a cacofonia tem dado mais trabalho para o PT.

Já são dois episódios de desacerto nos últimos três meses. Em novembro do ano passado, uma nota da Secretaria de Relações Internacionais do partido parabenizando o ditador Daniel Ortega, da Nicarágua, por sua vitória numa eleição farsesca, gerou reação e precisou ser desautorizada pela presidente petista, Gleisi Hoffmann.

Na última quinta (24) a bancada do PT no Senado publicou nota em que condenava a Otan, aliança militar ocidental, por agredir a Rússia, que havia acabado de invadir a Ucrânia. Após protestos, a nota foi retirada do ar e substituída por outra mais amena.

Dirigentes petistas avaliam que as conexões internacionais de Lula e do partido com regimes autoritários serão exploradas por adversários na campanha e defendem que é preciso urgentemente unificar o discurso nessa área.