<p>SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Após uma alta na demanda, os novos casos graves de coronavírus começam a dar sinais mais concretos de arrefecimento no país: nesta semana, caiu para dez o total de capitais brasileiras com mais de 90% de leitos públicos ocupados com pacientes da Covid-19 na última segunda-feira (3), segundo levantamento do jornal Folha de S.Paulo com governos estaduais.

</p><p>Eram 16 as capitais, ao lado do DF, com lotação em níveis críticos na semana anterior. No início de abril, esse número chegou a 22 das 27 cidades.

</p><p>A notícia é ainda melhor em João Pessoa e Boa Vista, onde há mais da metade de leitos vazios, disponíveis para novos pacientes infectados pelo novo coronavírus. No outro extremo, Campo Grande e Aracaju seguem em colapso, com todas as UTIs ocupadas.

</p><p>Belém é a capital com a maior queda percentual de demanda por UTIs em um intervalo de uma semana, de 83% para 60%, seguida de Rio Branco e Florianópolis.

</p><p>Na região metropolitana de Belém, a tendência de redução nas hospitalizações apresentada nas últimas semanas se mantém, e a ocupação das UTIs caiu para 60% na segunda (3), mesmo com a redução de 57 leitos nos hospitais estaduais.

</p><p>O Acre teve uma queda significativa na ocupação, passando de 82% para 69% de um total de 106 leitos de UTI existentes. Rio Branco, consequentemente, despencou de 94% para 75%.

</p><p>Após um mês de queda nos números de novos casos, Porto Alegre viu despencar o volume de internações por Covid-19 nas últimas semanas. Mesmo sem o acréscimo de leitos, a taxa de ocupação de UTIs caiu de 81% para 75% em sete dias.

</p><p>O movimento de queda se repete Florianópolis, em que o índice de ocupação de UTIs caiu de 90% para 73% em uma semana. A fila por leitos também foi zerada na capital catarinense.

</p><p>A governadora interina Daniela Reinehr (sem partido) atribui os números ao aumento do ritmo de vacinação no estado. Nas últimas três semanas, a taxa de aplicação de doses cresceu 75%.

</p><p>Apesar do cenário positivo na capital, em todo o estado, a taxa de ocupação de UTIs ainda paira em 92%. O porcentual também reflete a desabilitação de leitos --na última semana, o governo desativou 18 vagas.

</p><p>Ainda havia fila por UTIs nesta segunda-feira no estado, com 28 pessoas, mas, como ressaltou o superintendente Ramon Tartari, na prática, há vagas para todos.

</p><p>"As solicitações continuam aparecendo nos relatórios, pois nem todos os pacientes estão indicados para transferência inter-hospitalar, devido a condição clínica, recusa familiar ou porque se encontram bem assistidos em leitos de suporte ventilatório de hospitais de grande porte não justificando a transferência", explicou.

</p><p>No outro extremo, a situação continua crítica em Mato Grosso do Sul, em que vagas em hospitais foram fechadas e as unidades estão superlotadas, com 101% de taxa de ocupação de UTIs, isso porque algumas instituições montam leitos improvisados. Havia ainda 40 pacientes aguardando por vagas.

</p><p>Em Campo Grande, o índice é maior ainda, de 106% de UTIs ocupadas e 27 pacientes na fila.

</p><p>Sergipe segue com a situação preocupante. O estado tem 98% dos seus 233 leitos intensivos públicos cheios e 36 pessoas na fila por transferência, enquanto a capital está completamente lotada. Por outro lado, a rede privada, que vinha registrando mais pacientes do que leitos disponíveis, agora teve um alívio.

</p><p>Em Pernambuco, mesmo com a abertura contínua de leitos de UTI para pacientes com sintomas da Covid-19, a taxa de ocupação permanece em 97%. Na última semana, a fila de pacientes que aguardam para acessar uma vaga nas unidades de saúde aumentou de 40 para 79 pessoas.

</p><p>Desde o dia 26 de fevereiro, a taxa de ocupação de leitos de UTI no estado é igual ou superior a 90%. Há 1.602 doentes graves internados recebendo cuidados intensivos. Este é o maior número desde o início da pandemia.

</p><p>De acordo com a média móvel, que leva em consideração as informações em intervalos de duas semanas, o estado atingiu o número de 80 mortes confirmadas diariamente.

</p><p>No Ceará, com a colocação em funcionamento de 34 novos leitos de UTI na última semana, a taxa de ocupação oscilou de 97% para 95%. A fila de espera registrou uma diminuição de 380 para 270 pacientes.

</p><p>O Rio de Janeiro continua com mais de 80% de ocupação no estado (passando de 82% para 86% na última semana) e mais de 90% na capital (de 96% para 94%). Nesta segunda, a fila fluminense por leitos teve alta após seis dias de queda, chegando a 126 pessoas.

</p><p>No Rio Grande do Norte, a taxa de ocupação passou de 91,6% para 93,7%, mas com cinco leitos a menos do que o total que aparecia na semana passada, no painel do estado, considerando leitos ocupados e disponíveis.

</p><p>Em Palmas, onde seis dos 189 leitos de UTI existentes nos hospitais de referência para Covid-19 seguem bloqueados por falta de insumos, a taxa de ocupação dos leitos ativos era de 90% na última segunda e uma pessoa aguardava na fila por vaga. No Hospital Geral de Palmas, o maior do estado, havia apenas um leito de UTI disponível.

</p><p>Entre as capitais com situação mais confortável no tratamento da Covid estão João Pessoa e Boa Vista. Na Paraíba, a taxa de ocupação de leitos de UTI passou de 53% para 55% --os dados do estado incluem leitos adulto, pediátrico e de obstetrícia.

</p><p>A gestão João Azevêdo (Cidadania) afirma ainda que há interrupção no crescimento das ocupações de leitos de UTI adultos, em todo o estado. "A Paraíba, além de ter a segunda menor taxa de ocupação de leitos de UTI para adultos do país, apresenta uma progressão sustentada de melhora de suas taxas de ocupação hospitalar para a Covid-19", afirmou o secretário-executivo da Saúde, Daniel Beltrammi.

</p><p>Em Boa Vista, que concentra os 90 leitos de UTI de Roraima, a taxa de ocupação das UTI oscilou pouco nos últimos sete dias, passando para 44% na última segunda (3). O estado não tem pacientes na fila de espera por leito.

</p><p>No estado de São Paulo, as taxas de ocupação de leitos UTI Covid-19 permanecem em queda no início desta semana. Nesta segunda-feira (3), alcançou 78,25% --10.107 pessoas com confirmação ou suspeita da doença estavam internadas na terapia intensiva. Há sete dias, eram 10.426 (variação de -3,06%). Se comparadas apenas as duas datas, a queda foi de 1,8 percentual.

</p><p>Na Grande São Paulo, o cenário é semelhante: 76,3% de ocupação na terapia intensiva e na capital paulista, sem alteração na taxa em relação à semana anterior --82%. No dia 3 de maio, 1.136 pessoas estavam internadas em UTIs, segundo dados da Secretaria Municipal da Saúde.

</p><p>A prefeitura entregou 40 novos leitos de UTI. Desde o início da pandemia de Covid-19, a Capital ampliou a rede de atendimento com mais em 900 leitos de UTI para combater a pandemia, totalizando 1.453, ante 507 antes da pandemia.

</p><p>Na segunda, na cidade de São Paulo, 71 solicitações para leitos de UTI estavam em regulação pela central de gestão de vagas do município de São Paulo.

</p><p>A taxa de ocupação de leitos Covid-19 no Distrito Federal é de 81,9% nesta terça-feira (4). Ao todo, há 481 leitos disponíveis pelo governo do Distrito Federal, sendo que 64 estão vagos.

</p><p>O Governo do Distrito Federal anunciou que um dos três hospitais de campanha para tratar pacientes com Covid- 19 será aberto para a população nesta sexta-feira (7). Inicialmente, houve o anúncio que cada hospital contaria com 100 leitos de UTI. No entanto, serão leitos de UCI (Unidade de Cuidados Intensivos).

</p><p>Em duas das capitais do Centro-Oeste, a ocupação de leitos de UTI voltou a ter quedas nesta semana em comparação com a semana anterior.Em Goiânia, o índice recuou de 69% para os atuais 64% e, de acordo com a Secretaria da Saúde, a cidade segue sem pacientes na fila de espera.

</p><p>O índice é melhor que o verificado na média de Goiás, de 80%, mas mesmo ele teve queda em comparação com a semana anterior, quando a ocupação dos leitos intensivos estava em 90%.

</p><p>Já em Cuiabá, o índice oscilou três pontos percentuais para baixo e agora a ocupação das vagas está em 88%, também sem fila de espera. O índice de UTIs em uso na capital segue a média do estado, que oscilou de 91% para 87,5% nesta semana.</p>