RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Uma operação da Polícia Militar nesta quarta-feira (2) provocou transtornos para quem depende do transporte público no Rio de Janeiro. No começo da manhã, a circulação de trens em parte do ramal Saracuruna precisou ser interrompida em razão do tiroteio.

A SuperVia -concessionária que administra o sistema ferroviário no Rio- diz que a medida foi tomada para garantir a integridade dos passageiros e dos funcionários da empresa. A concessionária diz ainda que as operações já foram normalizadas.

Nas redes sociais, internautas descreveram uma manhã caótica por causa da interrupção. "O trabalhador sofre muito. É trem parado, tiroteio de manhã, um trânsito infernal, tudo de ruim", escreveu uma jovem.

"Muita paciência pra quem pega trem !!!! 11 estações paradas por causa de tiroteio na Cidade Alta. Carioca não tem um minuto de paz", postou um rapaz.

O tiroteio que interrompeu a circulação dos trens aconteceu durante uma operação da PM nas comunidades Cidade Alta, Pica-Pau e Cinco Bocas, localizadas na zona norte da capital fluminense.

Segundo a polícia, equipes do 16° batalhão com o apoio de outras unidades entraram nas favelas para reprimir o crime organizado. O objetivo, diz a corporação, é fazer prisões e apreender armas.

Até as 10h desta quarta, uma pessoa foi presa na comunidade Cinco Bocas, em Brás de Pina. A PM diz que ele portava pistola calibre 9 mm, granada e um rádio comunicador.

Um dia antes da operação, um adolescente foi baleado na Cidade Alta, um dos alvos dos agentes. Ele foi encaminhado ao Hospital Getúlio Vargas, na zona norte do Rio, e está em estado grave.

A ação da Polícia Militar acontece duas semanas após o governo do estado ocupar as comunidades do Jacarezinho e da Muzema, dando início ao programa Cidade Integrada. Com orçamento inicial de R$ 500 milhões, o plano prevê investimentos na área social e na infraestrutura das favelas.

O governador Cláudio Castro (PL) diz, porém, que o Cidade Integrada não será expandido para outras favelas enquanto não dê resultados no Jacarezinho e na Muzema. Para especialistas, faltou diálogo com a sociedade antes de o programa ser anunciado. Além disso, eles afirmam que faltaram critérios e metas concretas na elaboração da medida.