BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Convocado para depor nesta quinta-feira (7) na CPI da Covid, Tadeu Frederico de Andrade, de 65 anos, afirmou que a Prevent Senior propôs para sua família o tratamento paliativo, para que ele viesse a óbito sem sofrimento. A operadora, argumenta, só recuou da medida após sua família se insurgir, ameaçar entrar na Justiça e buscar a imprensa.

Andrade ainda aponta que foi internado uma semana depois do que deveria ter ocorrido, pois estava recebendo o chamado tratamento precoce receitado por médicos da Prevent Senior. Ao ser internado, já estava com uma pneumonia bacteriana avançada e precisou ser imediatamente intubado.

"Quando fui para o pronto-socorro, eu já estava com uma pneumonia bacteriana avançada, fui entubado imediatamente", afirmou ao chegar para o seu depoimento.

"Um mês depois, a médica ligou para a minha família dizendo que eu deveria passar para o leito híbrido de cuidados paliativos. Veja: eu teria meus equipamentos desligados, aplicariam uma bomba de morfina e viria a óbito. Minha família se insurgiu, ameaçou buscar a Justiça [para] uma liminar, ameaçou chamar a mídia. E hoje estou vivo", completou.

Andrade ficou 120 dias internado. Disse que inicialmente recebeu, em casa, por meio de um motoboy, os medicamentos do chamado kit Covid, que é composto por itens sem eficácia comprovada para o tratamento da Covid-19

"No caso fiz uma tele-consulta, a médica indicou...não chamou de kit Covid. Ela chamou de tratamento precoce. Eu, como leigo, fiquei cinco dias tomando. Ao invés de melhorar, eu piorei. Acho que isso é que foi o erro", afirmou.

"Eu fui internado uma semana depois já com a pneumonia avançada", completou.

O ex-paciente da operadora também afirma que tomou flutamida, medicamento indicado para tratar câncer de próstata.

"Tomei sem autorização da minha família", afirma o ex-paciente, que passou recentemente por 90 dias de fisioterapia para se recuperar, e também por tratamento psiquiátrico, por ter passado por depressão.