SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A ex-secretária da Cultura do governo Bolsonaro Regina Duarte esteve na pré-estreia do documentário “Nem Tudo se Desfaz”, que mostra a ascensão de Jair Bolsonaro à presidência, na segunda (20), em São Paulo. “Adoro ele [diretor Josias Teófilo] Acho ele legal, um grande artista. Vim para ver o filme”, diz a atriz rapidamente à coluna. Regina não quis falar com a imprensa —“não estou dando entrevistas”.

“Vi o trailer [do filme] e achei fascinante. É importante conhecer a nossa história. Respeito e dou a maior força para quem está voltado para contar um pouco da história que está acontecendo”, diz ainda.

“Temos que viver nosso momento histórico intensamente”, segue. “Se a gente quiser um futuro importante, bacana, temos que viver intensamente o nosso presente”, finaliza Regina.

A atriz usava uma máscara de proteção contra a Covid-19 preta com uma onça estampada —acessório que retirou dentro da sala de cinema. Regina aplaudiu o momento em que Josias Teófilo afirmou que estava na hora de o governo Bolsonaro valorizar a cultura. A atriz ficou à frente da pasta por menos de três meses, entre março e maio de 2020.

Ela chegou ao cinema Petra Belas Artes, em SP, acompanhada da deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP). “Nós somos amigas. Eu ofereci para buscá-la na casa dela. E viemos juntas”, diz a parlamentar.

Zambelli afirma que apoia o atual secretário da Cultura e sucessor de Regina, o ator Mario Frias, e que avalia que ele faz “um excelente trabalho” na pasta. Ela conta que convidou Frias para ser deputado federal em 2022 —mas que ele ainda não aceitou. “[Por qual partido?] O meu. Digo, onde eu estiver. Não sabemos ainda qual partido. E de preferência [sairá candidato] por São Paulo, pra poder vir aos finais de semana junto aqui comigo para a gente fazer campanha”, segue.

Antes de pegar um elevador para se dirigir à sala, ela posa para fotos com apoiadores. “Não tiro a máscara para não ser multada”, diz Zambelli. A parlamentar foi autuada pelo Governo de SP na manifestação no dia 7 de setembro por não usar o item de segurança.

Apesar de aviso sobre a obrigatoriedade de máscaras dentro do cinema logo na entrada do espaço e de repetidos pedidos de um segurança, grande parte dos convidados não usavam o item de proteção.

O evento reuniu muitas figuras do bolsonarismo. Passaram por lá o ex-secretário de Comunicação da Presidência Fabio Wajngarten, o diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Alexandre Ramagem, os deputados federais Bia Kicis (PSL-DF) e Helio Lopes (PSL-RJ) e o deputado estadual Gil Diniz (sem partido).

Também marcaram presença o ex-candidato a prefeito de SP pelo Novo, Filipe Sabará, e o ator Reinaldo Gonzaga, que narra o documentário. “Fiz a campanha para o Lula em 2002 ‘Brasil, um país de todos’. Fiz campanha também para o [José] Genoino, para a Marta Suplicy, para o [Aloizio] Mercadante. Hoje, eu estou do outro lado. Sou patriota, conservador e cristão. Por que estou do outro lado? Porque tenho olhos de ver”, diz Gonzaga.