SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - A Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Tocantins investiga a ligação entre a morte de um sargento da Polícia Militar, na última sexta-feira (04), e os assassinatos de outras seis pessoas, no sábado (5), na cidade de Miracema do Tocantins, a 88 quilômetros da capital Palmas. Dois dos mortos foram atacados dentro da delegacia, onde estavam após serem detidos por policiais durante as investigações.

A Polícia Civil abriu inquérito para investigar as mortes.

Segundo a versão da Polícia Militar do estado, o 2º sargento da Polícia Militar Anamon Rodrigues de Sousa morreu durante confronto com criminosos. Ainda de acordo com a PM, os dois suspeitos que foram mortos dentro da delegacia teriam sido atacados por um grupo de 15 pessoas encapuzadas que invadiram o local.

Os dois mortos dentro da delegacia são pai e filho —Manoel Soares da Silva e Edson Marinho da Silva, segundo a PM. Outro filho de Manoel da Silva, Valbiano Marinho da Silva, que não havia sido conduzido até a delegacia, também foi morto na mesma noite, em condições sob investigação, mas na casa em que estava, após a saída dos policiais, sempre de acordo com a versão da PM do estado.

Na mesma madrugada de sexta-feira para sábado, outros três assassinatos aconteceram em Miracema do Tocantins. Segundo a PM, três corpos com marcas de tiros foram encontrados em um loteamento em região próxima do local em que onde o sargento teria sido assassinado. As três vítimas são Aprigio Feitosa da Luz, Gabriel Alves Coelho e Pedro Henrique de Sousa Rodrigues.

Segundo nota da PM, o 2° sargento da Polícia Militar Anamon Rodrigues de Sousa foi na sexta-feira (04) com equipe da Agência Local de Inteligência da Unidade, investigar locais "com maior incidência criminal, para subsidiar operação da Polícia Militar" a ser realizada no sábado (05) na região.

No local a equipe teria sido surpreendida por disparos e houve troca de tiros. "No momento foi acionado o socorro, porém o militar não resistiu e veio a óbito", diz a PM em nota.

Na mesma madrugada, militares acionados via 190 fizeram buscas na casa de suspeitos. Nem a PM nem a Polícia Civil informaram até a publicação desta nota quais foram os motivos que levaram os investigadores aos homens que seriam os suspeitos.

Na casa que seria de um dos suspeitos, teria sido localizada "a arma possivelmente utilizada no crime", segundo a PM.

Os suspeitos -pai e filho- foram levados à Delegacia de Polícia Civil. Segundo a PM, o filho estaria com ferimento de tiro numa das pernas, que teria sido resultado da troca de tiros.

"Quando os militares estavam na delegacia apresentando os envolvidos, por meio do 190 receberam a informação de que outro morador da mesma residência havia sido alvejado por disparos de arma de fogo, e havia vindo a óbito, tendo os militares realizado diligências em busca do autor, todavia sem êxito, e em seguida feito o devido registro da ocorrência e encaminhado o caso também à Delegacia de Polícia Civil", afirma a PM.

Esse morto era o filho e irmão dos dois homens mortos na delegacia.

"Em relação ao homicídio ocorrido dentro da delegacia, tendo como vítima os dois conduzidos inicialmente, a Polícia Militar informa que o registro e providências não foram realizados pela Polícia Militar", diz o comando da PM em nota.

Procurada, a Secretaria de Segurança Pública disse que as investigações estão em andamento, mas não enviou enviou atualizações sobre o andamento das buscas por informações. A Polícia Civil não respondeu à demanda da reportagem até a publicação desta nota.

Em nota, o governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa, disse que "o policial militar sempre pautou a sua profissão pelo comprometimento e pela lealdade com a segurança pública".

O 2º Sargento Anamon Rodrigues já havia atuado na Companhia de Rotam - Rondas Ostensivas Táticas Metropolitana, e atualmente fazia parte da 6ª Companhia Independente da PM.

Ele foi enterrado neste domingo (6), no cemitério Jardim da Paz, em Palmas, após velório no Quartel do Comando Geral da PM.