SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta quarta-feira (16) que o estado deverá ir até as escolas públicas e da rede privada para promover campanha de vacinação contra Covid-19 em crianças e adolescentes.

Durante coletiva de imprensa em um jardim no Palácio dos Bandeirantes, Doria disse que o objetivo é agilizar a imunização nesta faixa etária.

A campanha foi batizada com o nome de Semana E, que deverá durar de 19 a 25 de fevereiro.

Durante a aplicação das doses nas escolas, não haverá necessidade da presença dos pais ou responsáveis. Eles, porém, deverão assinar um termo de concordância.

"A gente conta com parcerias dos municípios para usar a escola para fazer esse grande movimento", disse Regiane de Paula, coordenadora geral do programa estadual de imunização.

Regiane disse que 60% deste público de 5 a 11 anos, cerca de 2,4 milhões de pessoas, foram vacinadas em São Paulo até o momento. "Importante ressaltar que temos um público que ainda não retornou tomar a segunda dose, dentre eles mais de 1 milhão de adolescentes que estão no ensino médio", afirmou.

Segundo os dados do estado nesta quarta, 97.599.211 de doses de vacina contra Covid-19 foram aplicadas em São Paulo, sendo 91% da população com a primeira dose, e 81% com a segunda dose.

A imunização entre crianças de 5 a 11 anos começou oficialmente no dia 14 de janeiro. Com a presença do governador no hospital das Clínicas, o menino indígena de 8 anos, Davi Seremramiwe Xavante, foi a primeira a ser vacinado.

Davi nasceu em uma aldeia xavante no estado de Mato Grosso, e há um ano mudou para Piracicaba (SP) onde realiza tratamento Instituto da Criança do Hospital das Clínicas. Ele tem dificuldades para andar e hoje usa uma órtese.

No início da campanha entre crianças e adolescentes, havia forte resistência do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL). Durante uma entrevista, no dia 24 de dezembro, Bolsonaro lançou diversas suspeitas quanto à segurança da vacina aprovada pela Anvisa - o imunizante é da Pfizer.

"Eu tenho uma filha de 11 anos. É uma vacina nova. Não está havendo morte de crianças que justifique algo emergencial. E tem outros interesses, entra a desconfiança nisso tudo. Lobby da vacina", afirmou o presidente.

Marcelo Queiroga, ministro da Saúde, defendia o raciocínio de Bolsonaro. Ele acusou o governador de São Paulo, que é pré-candidato ao Palácio do Planalto, de "fazer palanque" ao comparecer ao lado de Davi.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), porém, havia autorizado desde 16 de dezembro o uso da vacina da Pfizer para imunizar crianças a partir de cinco anos contra a Covid-19.

Até então, o modelo da fabricante tinha o uso permitido no país apenas em pessoas com mais de 12 anos.