SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou nesta quarta-feira (22) a antecipação do intervalo para a aplicação da segunda dose da vacina Pfizer. A partir desta sexta-feira (24), o intervalo será de oito semanas, e não mais de doze semanas, como vinha sendo preconizado.

Todas as pessoas que tomaram a primeira dose de Pfizer há pelo menos 8 semanas podem ir se vacinar nos postos de SP a partir desta sexta, mesmo que o cartão de vacinação indique uma data posterior.

A Pfizer é a única indicada para a vacinação de adolescentes, população-alvo para receber a primeira dose neste momento.

O anúncio foi feito no Instituto Butantan, na capital paulista, durante a divulgação da venda de 2,5 milhões doses da CoronaVac para cinco estados.

Os governadores do Pará, Helder Barbalho (MDB), do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), do Piauí, Wellington Dias (PT), e do Ceará, Camilo Santana (PT) estiveram presentes no anúncio. O governador do Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), não foi ao anúncio e teve sua falta justificada por Doria.

O governador Casagrande afirmou que o Espírito Santo irá ser parceiro do Instituto Butantan no estudo para uso da CoronaVac em crianças de 3 a 11 anos. " Ainda não há liberação [no Brasil], mas a CoronaVac já é utilizada para crianças e adolescentes em outros países", afirmou Casagrande.

Lotes suspensos Nesta quarta, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) determinou o recolhimento dos lotes de Coronavac que haviam sido interditados por terem sido envasados em uma unidade da Sinovac sem inspeção da agência. Ao todo, 12 milhões de doses divididas em 25 lotes tiveram o uso suspenso no início deste mês pelo mesmo motivo.

O governo do estado de São Paulo voltou a afirmar nesta quarta-feira que orientou o Butantan a recolher todas as doses contidas nos lotes questionados pela agência. "A interdição não significa a proibição de uso e nem a destruição das doses. Vamos aguardar a fiscalização nas unidades da Sinovac", disse Doria.

Em seguida, o diretor do Butantan, Dimas Covas, anunciou a presença de representantes do laboratório Sinovac para falar sobre a efetividade da CoronaVac. "A qualidade dos testes aplicados nesses lotes não se discute. Esses lotes foram fabricados lá na Sinovac em uma unidade que nem existia quando a Anvisa esteve lá para fazer a fiscalização", disse Covas.

Covas afirmou que não está descartada a possibilidade de doar essas doses suspensas pela Anvisa a outros países da América Latina. Há a possibilidade também das doses serem mandadas de volta para a China. "Há muitas pessoas que receberam as doses desses lotes sem nenhum problema", completou.

"Não se discute a efetividade da vacina, mas a possibilidade de uso. Nós recebemos certificado da Vigilância Sanitária chinesa que aprovou a unidade onde os lotes foram fabricados", disse Covas.

"A Anvisa avaliou todos os documentos encaminhados pelo Instituto Butantan, dentre os quais os emitidos pela autoridade sanitária chinesa. Os documentos encaminhados consistiram em formulários de não conformidades que reforçaram as preocupações da agência quanto às práticas assépticas e à rastreabilidade dos lotes", informou a Anvisa em nota.

O Instituto Butantan disse, em nota, que a medida anunciada pela Anvisa já havia sido determinada pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), há uma semana, com a substituição voluntária das doses interditadas.

Nesta segunda-feira (20), o Brasil atingiu 50,07% da população com mais de 18 anos com esquema vacinal completo contra a Covid. O dado leva em conta as pessoas que tomaram as duas doses da vacina ou o imunizante de dose única. Além disso, 90,25% da população com mais de 18 anos já tomou ao menos uma dose, novamente, a 1ª dose de alguma vacina ou o imunizante de dose única.