RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Vai a leilão nesta segunda-feira (8) um sítio de Jorgina de Freitas, condenada como chefe de uma quadrilha que fraudava o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). O imóvel, localizado em Petrópolis (RJ) é avaliado em R$ 926 mil.

O leilão do sítio de Jorgina vai acontecer quase 30 anos depois sua prisão, em 1992. Ela foi condenada por comandar uma quadrilha que desviou cerca de R$ 310 milhões do INSS na época em que foi procuradora do órgão. O grupo emitia pagamentos de falsas indenizações milionárias para ter acesso ao dinheiro.

Do total desviado, cerca de R$ 80 milhões foram recuperados.

Apesar da condenação em 1992, ela foi presa somente em 1997, na Costa Rica, após ter fugido do Brasil e fazer uma série de cirurgias plásticas.

Ela cumpriu 14 anos de prisão em regime fechado. Quando cumpriu pena no Instituto Talavare Bruce, no Rio, Jorgina chegou a coordenar o concurso "Miss Presidiária". Em 2007, ela foi beneficiada com o regime semiaberto.

Em dezembro de 2010, a Justiça do Rio determinou que fossem leiloados bens no valor de aproximadamente R$ 2 milhões.

A ordem de venda da propriedade foi dada pelo desembargador Cláudio Mello Tavares, presidente do TJ-RJ.

A oferta do sítio será organizada pelo leiloeiro Mauricio Kronemberg. À Folha, ele apontou que já existem dois interessados no terreno, de 81.724 metros quadrados.

Atualmente, a propriedade está abandonada. O terreno, no entanto, fica em uma região serrana valorizada, chamada Secretário, área de haras e sítios procurada por cariocas para fugir de aglomerações na pandemia, diz o leiloeiro.

Caso não hajam propostas, um novo pregão será realizado dois dias depois, em 10 de fevereiro, com o preço reduzido para a melhor oferta acima de 50% do valor do imóvel (ou seja, R$ 463 mil).

No edital disponibilizado pelo TJ-RJ, é informado que existe no terreno um chiqueiro de alvenaria sem animais, vista para a montanha ao fundo, três casas de colonos simples servidas por águas de poço, com telhas francesas precárias e mau conservadas, sem valor comercial.

Há ainda cobertura de mata nativa e árvores frutíferas. Segundo o oficial de Justiça responsável por avaliar o terreno, o imóvel necessita de manutenção e conservação.

A venda será efetuada à vista, e só será permitido parcelamento mediante pagamento de 50% do valor do lance.