SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Os servidores do BC (Banco Central) decidiram esperar até o próximo domingo (27) para decidir sobre uma possível greve. Até lá, eles continuarão a fazer paralisações diárias, das 14h às 18h, para pressionar o governo por reajustes salariais. Atualmente, os salários dos analistas do BC variam de R$ 19.197,06 a R$ 27.369,67.

Na segunda-feira (21), o Sinal (Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central) havia informado que, caso não se reunisse com o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e com o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, até a terça-feira (22), a categoria discutiria propostas para uma greve por tempo indeterminado.

A reunião com Campos Neto e Ciro Nogueira acabou ocorrendo na tarde da própria segunda-feira, segundo o presidente do Sinal, Fábio Faiad.

"Eles sinalizaram que pode haver alguma coisa para nós nos próximos dias, mas não anteciparam os detalhes", disse ao UOL. "Então, decidimos não entrar em greve agora, continuar só com paralisação parcial, e a decisão da greve deve ser no dia 28. Ou seja, demos até o dia 27, domingo, para ter alguma novidade."

Desde o fim de 2021, os funcionários do BC vêm pressionando o governo por aumentos salariais. O movimento começou na esteira do anúncio, feito em dezembro pelo presidente Jair Bolsonaro, de que o governo poderia promover reajustes para categorias específicas —no caso, para servidores da Polícia Federal.

Na segunda-feira, o órgão atrasou a divulgação do boletim Focus, que traz projeções do mercado financeiro para uma série de indicadores econômicos. Normalmente divulgado às 8h25, o boletim saiu apenas às 10h. Conforme o Sinal, o atraso ocorreu em consequência da paralisação dos funcionários.