BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) - O presidente da Fundação Cultural Palmares, Sérgio Camargo, afirmou nas redes sociais que optará por se imunizar com a Coronavac caso fique "sem saída", devido a exigências sanitárias como o chamado passaporte da vacina.

"Não funciona, mas ao menos foi desenvolvida utilizando método tradicional e já bem conhecido (vacina de vírus inativado)", escreveu Camargo.

A vacina recebeu o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, e da da Organização Mundial da Saúde, a OMS.

Um estudo que avaliou a eficácia na vida real das vacinas Coronavac e AstraZeneca contra a Covid-19 indicou que a proteção fornecida pelos imunizantes contra mortes diminui em pessoas com 90 anos ou mais, na comparação com o resto da população.

A pesquisa VigiVac-Covid19 avaliou quase 61 milhões de brasileiros que tomaram uma ou duas doses das vacinas contra Covid-19 no país de 18 de janeiro a 30 de junho. Foram excluídas os imunizantes da Janssen e da Pfizer, devido ao baixo número de doses aplicadas no período estudado.

Sérgio Camargo, jornalista profissional, e tem o hábito de dar declarações polêmicas e repletas de desinformação para agradar a base bolsonarista, semelhante ao que faz seu chefe direto, Mario Frias.

As duas doses da vacina Coronavac protegem contra hospitalização e óbito por Covid, mas, passados seis meses da imunização, o risco de contrair a doença aumenta consideravelmente em indivíduos mais jovens, com idades entre 18 e 39 anos.

A chance de ter Covid sintomática é quase três vezes maior nessa faixa etária, quando comparada a outras.

Esses são os principais resultados de um estudo conduzido por pesquisadores da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) em parceria com diversas instituições de pesquisa nacionais e do exterior, como o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, a Universidade Federal do Mato Grosso do Sul e a Universidade da Flórida.

No ano passado, após denúncias de assédio moral, Camargo, foi afastado pela Justiça das atividades relacionadas à gestão de pessoas da instituição. Dessa forma, ele fica proibido de nomear e exonerar servidores.

À frente da Palmares, instituição que é responsável por preservar memória e cultura negra, Camargo empreendeu uma cruzada ideológica. Em junho deste ano, a Palmares publicou um relatório intitulado "Retrato do Acervo: A Doutrinação Marxista", segundo o qual metade do acervo de livros da instituição seria excluído --entre os os títulos expuragados, estariam os de autores como Karl Marx, Friedrich Engels e Lênin, mas também Max Weber, Eric Hobsbawm, H. G. Wells, Celso Furtado, Carlos Marighella e Marco Antonio Villa.