BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), membro suplente da CPI da Covid, apontou que o tenente-coronel Marcelo Blanco manteve 108 conversas telefônicas com o policial militar Luiz Paulo Dominghetti, que buscava vender vacinas da AstraZeneca.

"Em 30 dias, o senhor trocou 108 ligações com o senhor Dominghetti. Mais interessante: dessas 108 ligações , 64 foram de iniciativa sua. Ligava duas vezes por dia", disse o senador.

Blanco negou que o assunto fosse as negociações de venda de vacinas para o ministério. Disse que se tratava apenas da parceria que eu buscava para negociar vacinas para a iniciativa privada.

"O senhor com a formação que tem, o senhor foi incapaz em 64 ligações de sua iniciativa e mais 44 de iniciativa do senhor Dominghetti, de compreender que [Dominghetti] era um estelionatário?", questionou o senador.

Os membros da CPI também lembraram que, na mesma época, Blanco alterou a situação cadastral de sua empresa -inicialmente oferecia cursos online- para poder atuar na representação comercial de produtos da área de saúde.

"O senhor tem a cara de pau de vir nessa CPI para se apresentar como uma pessoa que atuou sem intenções", disse Vieira.

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