Sem oxigênio, seis pacientes morrem em UTI na grande Porto Alegre
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sexta-feira, 19 de março de 2021
FLÁVIO ILHA
PORTO ALEGRE, RS (FOLHAPRESS) - Seis pacientes morreram por falta de oxigênio na manhã desta sexta-feira (19) no Hospital Lauro Reus, de Campo Bom, região metropolitana de Porto Alegre. A Secretaria Estadual da Saúde confirmou os óbitos. O Rio Grande do Sul enfrenta crise na pandemia, lotação máxima em todas as suas UTIs da capital.
As mortes foram atribuídas a uma falha no sistema de fornecimento. "Estamos avaliando a situação para saber se e fato houve uma pane no sistema. Em caso afirmativo, será aberta uma sindicância para apurar a ocorrência", informou a assessoria de imprensa do hospital.
A instituição confirmou que houve interrupção no fornecimento de oxigênio para manter a ventilação mecânica dos pacientes internados na UTI e na emergência durante 40 minutos.
A Secretaria da Saúde do Estado oficiou todas as unidades hospitalares para que fosse mantido um estoque mínimo de oxigênio, suficiente para pelo menos uma semana.
"A Secretaria teve conhecimento do fato ocorrido em Campo Bom e, imediatamente, acionou o hospital, que confirmou seis óbitos", informou em nota a secretaria.
Campo Bom foi o primeiro município gaúcho a registrar um caso de Covid-19, em março de 2020. O Hospital tem dez leitos de UTI e mais nove de retaguarda em uma unidade semi-itensiva, além de 30 leitos clínicos.
Todos estão ocupados desde o final de fevereiro com pacientes positivados para Covid-19.
A capital gaúcha enfrenta escassez de leitos e alta demanda. Um contêiner precisou ser instalado no hospital Moinhos de Vento, o maior particular da cidade, para abrigar corpos de vítimas do coronavírus.
No Hospital da Restinga e do Extremo Sul de Porto Alegre, na periferia do município, pacientes ficam nos corredores, de pé e ao lado de cilindros de oxigênio, devido à lotação.