CAMPINAS, SP (FOLHAPRESS) - A sede do PT em Campinas voltou a ser invadida e depredada, apenas 34 dias depois de um primeiro atentado.

Na tarde desta quarta-feira (2), pessoas até agora não identificadas arrombaram a porta de entrada do prédio, no centro da cidade, e parte da estrutura foi danificada ou vandalizada.

No primeiro ataque, em 26 de janeiro, gavetas e armários foram revirados, e pastas com documentos e caixas de arquivos em papel acabaram jogados e espalhados pelo chão.

Desta vez, além disso, os invasores retiraram torneiras, arrancaram tubulações, danificaram bebedouros e um fogão a gás. Uma grade de ferro da janela foi arrancada, e equipamentos eletrônicos e de escritório foram quebrados.

Em nota divulgada algumas horas depois da invasão, a direção do partido disse ter ficado "assustada" com o nível de violência.

"Da primeira vez nada foi levado, e alguns vidros foram quebrados. Mas dessa vez assusta o nível de depredação e ódio com que nos deparamos aqui na sede nesse momento", diz a nota oficial.

"Não dá para acreditar que se trata de uma simples invasão com intenção de furtar objetos", acrescentou a nota.

A Polícia Militar foi acionada e a Polícia Cientifica esteve no prédio.

O presidente do partido em Campinas, Carlos Orfei, disse nesta quinta-feira (3) ver ao menos uma semelhança entre os dois ataques.

Em nenhum dos casos, os agressores levaram máquinas, equipamentos ou documentos. Para ele, o objetivo seria mesmo a intimidação. "Isso é um ataque à democracia", afirmou.

Carlos Orfei avalia também que a agressão tem relação direta com as eleições de outubro. "Eu não me lembro de uma eleição com esse nível de violência. Não me lembro de ter havido esse grau de polarização e ódio", acrescenta. Orfeu disse que o processo sobre o primeiro atentado não avançou.

A Secretaria da Segurança Pública foi procurada para falar sobre esse processo, mas não havia respondido até a publicação desta reportagem.

"Nós não temos a menor dúvida de que se trata de violência política", disse a vereadora petista Guida Calixto. "Isso partiu de setores que não toleram a democracia, que não toleram o debate das ideias."

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, divulgou uma nota oficial na qual "exige das autoridades a apuração dos fatos" e a "imediata investigação das responsabilidades sobre o ocorrido".

De acordo com a nota nacional, o Partido dos Trabalhadores alerta para a crescente violência política que busca ameaçar o processo eleitoral. "Não nos intimidaremos diante de ações desse tipo, estimuladas pelo ódio que se instalou no país", afirma a presidente nacional do PT.