BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Os saques em cadernetas de poupança superaram os depósitos em R$ 5,35 bilhões no mês de fevereiro deste ano, segundo dados divulgados pelo Banco Central nesta segunda-feira (7).

No período, as retiradas de recursos na modalidade somaram R$ 265,360 bilhões, enquanto os depósitos totalizaram R$ 260,010 bilhões.

Mesmo com o resultado negativo em fevereiro deste ano, o saldo da poupança (ou seja, o volume total aplicado) permaneceu estável, em R$ 1,016 trilhão.

O resultado deste ano foi ligeiramente melhor do que o registrado em fevereiro de 2021, quando os saques superaram os depósitos em R$ 5,86 bilhões. A poupança não registra um saldo positivo no mês de fevereiro desde 2014, quando a entrada de dinheiro foi maior que a saída em R$ 1,859 bilhão.

Já é o segundo mês consecutivo com captação negativa em 2022. Em janeiro, a poupança tinha registrado a maior retirada líquida de recursos na série histórica do BC, iniciada em janeiro de 1995, com a saída recorde de R$ 19,665 bilhões (R$ 260,494 bilhões de depósitos e R$ 280,159 bilhões de saques).

Historicamente, o primeiro mês do ano é marcado pelo resgate de recursos para o pagamento de impostos —IPVA e IPTU— e outros gastos previstos nessa época.

Atualmente, a caderneta de poupança rende 0,50% ao mês (ou 6,17% ao ano), mais a TR (taxa referencial). O indicador é calculado pelo BC com base nas taxas de juros das Letras do Tesouro Nacional e tem flutuação diária.

A regra da poupança mudou em dezembro do ano passado com a elevação da Selic acima de 8,5% ao ano. Atualmente, a taxa básica de juros está em 10,75% ao ano. Nesse caso, a regra prevê que o rendimento da poupança seja de 0,50% ao mês, mais a TR (para depósitos novos e antigos).

Em meio à escalada da Selic, a TR, que ficou nula de setembro de 2017 até o fim do ano passado, também sobe. Quando a taxa de juros está menor ou igual a 8,5% ao ano, o investimento é limitado a 70% da taxa, acrescida da TR.