SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A escritora irlandesa Sally Rooney não terá mais seus livros vendidos por duas das maiores cadeias de livrarias israelenses, divulgou o jornal The Times of Israel nesta quinta (4).

As redes Steimatzky e Tzomet Sefarim, que juntam somam mais de 200 lojas no país, declararam que não venderão qualquer obra da autora --sejam elas físicas ou virtuais-- depois que ela recusou a publicação de seu novo livro, "Belo Mundo, Onde Você Está" no país no mês passado.

Rooney, que ficou conhecida internacionalmente pelo romance "Pessoas Normais" --saudado como uma das representações mais precisas da geração millenniall na literatura--, havia afirmado que sua decisão era motivada por seu apoio ao povo palestino e oposição ao governo israelense.

"Não acho que seria correto de minha parte aceitar, no momento, um novo contrato com uma empresa israelense que não se distancia publicamente do apartheid e não apoia os direitos do povo palestino determinados pela ONU", disse a escritora em entrevista ao jornal The New York Times na ocasião.

Ela também citou um relatório da ONG Human Rights Watch segundo o qual o governo israelense promove uma política de segregação contra os palestinos.

Rooney apoia o movimento Boicote, Desinvestimento, Sanções, o BDS, que trabalha para acabar com o apoio internacional para a opressão dos palestinos de Israel e pressionar o país a respeitar as leis do direito internacional.