SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O filme "Meu Nome É Gal", cinebiografia da cantora baiana, tem previsão de estreia só no ano que vem, mas as filmagens já estão acontecendo desde o começo de 2022. Com direção de Dandara Ferreira, nome por trás da minissérie documental "O Nome Dela É Gal", e Lô Politi, que assina o roteiro, o longa pretende retratar o período entre 1967 e o começo dos anos 1970, quando se formatou a tropicália.

Abaixo, conheça os atores que vão interpretar figuras como Gal Costa, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Maria Bethânia.

Gal Costa A atriz Sophie Charlotte, muito conhecida pelo trabalho em novelas e minisséries da Globo, é quem vai dar vida à protagonista do filme. Ela está envolvida no projeto desde o início, há cerca de cinco anos, e têm a bênção da própria Gal Costa. "Quando falei para a Gal que estava pensando na Sophie, ela disse 'ela chega muito próxima do meu timbre, do meu jeito de cantar'", disse a diretora Dandara Ferreira, lembrando quando a atriz cantou "Sua Estupidez", gravada por Gal, com Roberto Carlos em um especial de fim de ano. Charlotte cantou ao vivo a maioria das músicas que aparecem no filme.

"A obra dela é muito importante na minha vida. Quando a Dandara me ligou, imagina, minha vida é antes e depois dessa ligação", disse a atriz.

Caetano Veloso O ator Rodrigo Lelis, baiano que estudou no Teatro Vila Velha --por onde inclusive passaram alguns dos tropicalistas-, em Salvador, é quem mais tem semelhanças físicas com seu personagem da vida real. Ele inclusive já foi confundido com o verdadeiro Caetano, apesar de evidentemente ser algumas décadas mais jovem, nas ruas das cidades por onde a produção do filme passou. "Não tenho tentado internalizar exatamente o Caetano na minha vida", disse o ator.

Até três meses antes das filmagens, ele não sabia tocar violão. "Tento trazer coisas, gestuais, formas de me comportar no meu dia a dia para, quando chegar a uma cena, estar de alguma forma natural. Então essa coisa de deixar o cabelo crescer, partir o cabelo e ser confundido com Caetano vem desse meu processo de ator. Estou tentando trazer esse Caetano para mim --que na verdade não é Caetano, sou eu fazendo ele."

Gilberto Gil Dan Ferreira já encarnou o jovem Pixinguinha no filme "Um Homem Carinhoso" e atuou como um policial na novela "Amor de Mãe". "Todo mundo acha que ele é o que menos parece fisicamente, mas o Dan traz elementos que torna irrelevante se parece o Gil ou não", disse Dandara Ferreira. "Tem momentos que a gente pensa que vai ser o 'Gil do Dan'. Mas aí, de repente, é o Gil mesmo. É um ator que entrega num nível que, quando vem o Gil, você acredita nisso o tempo inteiro", acrescenta Politi.

Dedé Gadelha Ex-mulher de Caetano, essa personagem é amiga de infância de Gal e estava presente em momentos decisivos para a eclosão da tropicália. Quem dá vida a Gadelha é Camila Márdila, conhecida pela atuação no filme "Que Horas Ela Volta?" e que considera sua personagem uma mulher livre, que transitava entre a razão e a criatividade. "Ela dita moda, comportamento, é uma mulher conhecida por todo mundo como alguém que tem sua liberdade reconhecida entre todos. Ela era racional, mas era dançarina."

Rodrigo Lelis, como Caetano Veloso, Sophie Charlotte, como Gal Costa, e Camila Márdila, como Dedé Gadelha, em cena do filme 'Meu Nome É Gal' Stella Carvalho/Divulgação Cena do filme 'Meu Nome é Gal' **** Maria Bethânia A cantora será interpretada pela diretora do filme, Dandara Ferreira. Depois de tempos procurando uma atriz para dar vida à irmã de Caetano e grande amiga de Gal, a produção decidiu seguir com a própria diretora no papel. "A gente tinha o receio de como colocar a Bethânia no filme, de manter o mistério, mas ao mesmo tempo com uma relação muito forte com a Gal. Topei entrar nisso muito como uma homenagem. Foi um truque para me eternizar como um amor da Gal", disse a atriz e diretora.

Dandara Ferreira na Cerimônia de Premiação do 44º Festival Sesc Melhores Filmes, em 2018 Folhapress Dandara Ferreira na Cerimônia de Premiação do 44º Festival Sesc Melhores Filmes, em 2018 **** Guilherme Araújo O produtor fundamental para a entrada do grupo de baianos na indústria fonográfica é vivido por Luis Lobianco, ator e humorista muito conhecido pelo trabalho no canal Porta dos Fundos. "Ele enxerga antes de qualquer um o potencial desses baianos que vêm para cá. Ele bate o olho e fala 'isso é internacional, é para o mundo'. Só que era um monte de adolescente."