SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Casa Branca minimizou os efeitos das sanções anunciadas pela Rússia, nesta terça-feira (15), contra o presidente dos EUA, Joe Biden, e outros funcionários do alto escalão do Executivo americano.

Em uma entrevista coletiva, a porta-voz do governo, Jen Psaki, tratou com irreverência o comunicado do Kremlin e chegou a dizer que os russos podem ter punido o pai de Biden em vez do presidente americano, já que o democrata tem "Júnior" em seu nome —o pai dele também se chamava Joseph Robinette Biden.

Na lista de sanções anunciadas pelo Ministério das Relações Exteriores russo, no entanto, não há "Júnior" no nome que deveria ser do líder americano.

O pai de Biden morreu em 2002. "Que ele descanse em paz", brincou Psaki ao apontar o aparente erro dos russos. A porta-voz da Casa Branca também está na lista de pessoas alvo de sanções do Kremlin, assim como o secretário de Estado americano, Anthony Blinken, o secretário de Defesa, Lloyd Austin, e vários outros nomes importantes na política dos EUA. O premiê canadense, Justin Trudeau, também foi punido.

Na prática, os nomes que aparecem na lista do Kremlin estão impedidos de entrar na Rússia. "Nenhum de nós está planejando viagens turísticas para a Rússia e nenhum de nós tem contas bancárias que não possamos acessar, então vamos seguir em frente", disse Psaki.

Trata-se, assim, de um gesto meramente simbólico. Ainda nesta terça o chanceler russo, Serguei Lavrov, disse que mantinha relações oficiais com os americanos e, se necessário, garantiria que contatos de alto nível com os indivíduos listados pudessem ocorrer.

Logo após a invasão russa da Ucrânia, os Estados Unidos também aplicaram sanções contra nomes importantes ligados ao Kremlin, inclusive contra o presidente russo, Vladimir Putin. Nesse último caso, a medida também pareceu simbólica, já que oficialmente Putin não tem bens declarados no exterior.