SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, preso nesta sexta-feira (13) a pedido da Polícia Federal e por determinação do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, já defendeu o desarmamento da população brasileira.

"Sou eu o autor da lei do desarmamento no Brasil", disse em vídeo de campanha eleitoral de 1998 obtido pela coluna Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo. Na ocasião, ele concorria como deputado federal.

Recentemente, o ex-deputado fez ameaças abertas contra as instituições e a democracia, aparecendo até mesmo com armas em vídeos que postava nas redes sociais. Em um deles, Jefferson chegou a ensinar os "cristãos" a usarem revólveres caso agentes aparecessem para fechar igrejas.

Na época, o STF discutia a validade de medidas tomadas por governadores para evitar a explosão de casos de Covid-19 —o que incluía a restrição temporária a cultos presenciais.

Nas imagens, o ex-parlamentar orientava as pessoas a usarem balaclava, um capuz que motoqueiros usam para se proteger do vento e que esconde o rosto. E que disparassem caso "satanás" aparecesse para fechar alguma igreja.

Jefferson também ensinava seus seguidores a "tirarem" os agentes "de combate" com seus revólveres e a darem golpes nos braços deles com tacos de beisebol.

Em outro vídeo, empunhando duas pistolas, ele chamava o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, de "malandro", "palhaço"e "macaco" e dizia que o diplomata deveria ser expulso do Brasil.

Ao determinar a prisão do ex-deputado nesta sexta, o ministro Alexandre de Moraes listou indícios de mais de dez crimes que ele pode ter cometido.

Entre os tipos penais estão injúria, calúnia e difamação, incitação e apologia ao crime, denunciação caluniosa ou atribuir a alguém a prática de ato infracional de que o sabe inocente com finalidade eleitoral.

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