RIO DE JANEIRO, RJ, SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Prefeitura do Rio de Janeiro suspendeu nesta terça-feira (18) a vacinação das crianças de 10 anos, que estava prevista para começar na quinta-feira (20). A gestão afirmou que o número de doses pediátricas recebidas é insuficiente para seguir com o cronograma.

"Somente com a chegada de novas remessas será possível avançar o calendário de vacinação para meninas e meninos de 10 anos", diz a Secretaria Municipal de Saúde. Segundo a pasta, foram recebidas 33.950 doses, quantidade abaixo do que a capital fluminense precisa para evoluir na campanha.

Enquanto não receber as remessas, a prefeitura diz que manterá a repescagem dos jovens de 11 anos, público que abriu a imunização da faixa etária de 5 a 11 anos no Rio. Na capital fluminense, o cronograma foi organizado por idade, começando pelos mais velhos do grupo.

A vacinação das crianças começou nesta segunda-feira (17) na cidade e, segundo o cronograma, iria se estender até o 9 de fevereiro. No entanto, com a suspensão, é provável que a imunização desse público dure mais tempo do que o previsto.

A prefeitura do Rio estima que 560 mil crianças sejam vacinadas com imunizantes da Pfizer, os únicos autorizados até momento para a vacinação infantil.

Na última sexta (14), o estado recebeu 93.500 doses da Pfizer para imunizar as crianças. Segundo o governo, o objetivo é vacinar 1,5 milhão de crianças em todo estado.

O atraso no cronograma de vacinação do Rio acontece em um momento no qual a capital fluminense observa a piora de seus indicadores epidemiológicos. O número de pacientes com Covid internados na rede pública saltou de 338 na sexta-feira (14) para 751 no final da tarde desta terça.

Procurada pela reportagem, a capital de São Paulo afirmou que não cogita paralisar a vacinação das crianças. A Secretaria Municipal da Saúde informou que já recebeu dois lotes do imunizante pediátrico da Pfizer.

O primeiro continha 64.090 doses --do total, 6.663 foram aplicados na segunda-feira. O segundo lote, que chegou nesta terça-feira, contém 74.730 doses, que dão continuidade à vacinação das crianças com comorbidades, deficiência, e indígenas e quilombolas --diferentemente do Rio, a capital paulista decidiu começar pelos grupos prioritários definidos pelo Ministério da Saúde .

Na cidade do Rio de Janeiro, chama atenção também o aumento do número de pessoas internadas nas UTIs, que subiu de 25, no dia 8, para 269 nesta segunda-feira (17).

A taxa de testes positivos na cidade também cresceu: está em 53%, valor que era de 13% no final de dezembro. Especialistas atribuem esse cenário à presença da variante ômicron, cepa que é dominante na cidade.

A disparada de casos da doença fez com que o estado e o município decidissem cancelar por 30 dias as cirurgias eletivas, aquelas consideradas não emergenciais.

A medida começou a valer a partir desta segunda e foi determinada em razão do afastamento de profissionais de saúde e do alto risco de contaminação.

A piora do quadro epidemiológico da cidade também obrigou o prefeito Eduardo Paes (PSD) a cancelar o Carnaval de rua do Rio. A festa no Sambódromo ainda é incerta. O comitê científico do município vai se reunir na semana que vem para decidir os rumos do evento.