BALNEÁRIO CAMBORIÚ, SC (UOL-FOLHAPRESS) - O o ex-juiz e pré-candidato à Presidência da República, Sergio Moro (Podemos), afirmou nesta terça-feira (22) que as reformas propostas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, não devem sair do papel. Entre elas está a reforma administrativa, que acaba com a estabilidade para novos servidores, mas mantém todos os direitos para os servidores atuais.

Moro disse que o Guedes sofre sabotagem do presidente Jair Bolsonaro (PL), o que teria acontecido com ele quando era ministro da Justiça e Segurança Pública. Ele participou do CEO Conference Brasil, organizado pelo BTG Pactual, no qual também palestrou o ministro da Economia.

"A agenda do Paulo Guedes pode ser uma, mas do presidente é outra. Paulo Guedes é liberal, mas está em governo iliberal. Mesmo situação de quando eu estava no governo. Minha agenda era anticorrupção, entendo que sofro resistência no Congresso, mas se o ministro não tem apoio, mas sabotagem, não consegue nem começar. Foi meu caso com agenda anticorrupção e do Paulo Guedes com reformas", disse Moro.

"Não adianta o Paulo Guedes vir aqui para falar de um monte de reformas que não vão sair", complementou o político.

Moro disse ainda que o texto da reforma administrativa é "ruim". "É fingir que vai fazer reforma administrativa."

Antes da fala do ex-juiz, o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), afirmou no mesmo evento que "faltou a mão do governo" para que a reforma administrativa, que tramita no Congresso, fosse aprovada.

Guedes também compareceu ao encontro e afirmou que o governo prepara um corte de 25% no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados)

Na abertura do evento, o sócio sênior do BTG Pactual André Esteves salientou que iriam participar quatro dos cinco principais candidatos à Presidência da República, porém, sem falar nomes. Na lista de palestrantes não consta o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Pesquisa da CNT (Confederação Nacional do Transporte) em parceria com o Instituto MDA divulgada ontem apontou Lula na liderança com 42,2% das intenções de voto, à frente de Bolsonaro (PL), que ficou com 28%. Em terceiro lugar aparece o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), com 6,7%, tecnicamente empatado com Moro, com 6,4%.