SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O cantor R. Kelly foi condenado por extorsão e tráfico sexual de mulheres e menores de idade após a avaliação realizada por um júri federal em Brooklyn, Nova York, EUA. A informação foi confirmada pelo gabinete oficial em publicação no Twitter nesta segunda-feira (27).

"R. Kelly foi condenado por extorsão de acordo com um júri federal no Brooklyn", informou a postagem na rede social.

Entre as nove acusações avaliadas pelo júri formado por 12 pessoas, R. Kelly também foi considerado culpado pela exploração sexual de crianças, sequestro, abusos sexuais e suborno. O artista violou oito normas definidas pela Lei Mann, que define punições contra o tráfico sexual.

A sentença ainda não foi definida, mas R. Kelly pode permanecer preso por décadas após ser considerado culpado pelos crimes.

O período de prisão será definido em 4 de maio de 2022. Segundo a CNN, o advogado está considerando entrar com um recurso e se diz "decepcionado" com o veredicto.

Momentos depois que o veredicto foi lido, a defesa do cantor disse fora do tribunal que o governo "escolheu" as evidências para apoiar sua narrativa.

"Você não conseguiu ver o que vimos em termos de descoberta. Você não conseguiu ver todas as inconsistências", disse o advogado Deveraux Cannick.

"Dissemos em nosso resumo que o governo escolheu a dedo a versão que pensava que apoiaria a continuação da narrativa." Cannick continuou: "Por que ele esperaria esse veredicto, dadas todas as inconsistências que vimos."

OS CASOS

O cantor de 54 anos foi apontado como o líder de um esquema ilegal que recrutava mulheres e menores de idade para atividades sexuais e produção de pornografia.

Durante todo o julgamento, promotores federais chamaram 45 testemunhas, incluindo 11 acusadores, nove mulheres e dois homens, em sua tentativa de retratar Kelly como o chefe de uma organização criminosa que lhe permitiu atacar mulheres e menores durante quase 30 anos.

O cantor que triunfou nos anos 1990 e no início dos anos 2000 enfrentou acusações de má conduta sexual por décadas, mas só foi julgado uma vez por pornografia infantil, processo do qual foi absolvido em 2008.